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Opinião

A estabilidade política não pode ficar dependente dos extremos

O partido populista Chega, até agora o maior beneficiado da evitável dissolução de 2023, anunciou que apresentaria uma moção de rejeição a um hipotético governo da AD. Os partidos responsáveis não podem morder este isco. Nem podem rejeitar cenários de viabilização de governos minoritários

Em finais de outubro de 2023, o Presidente da República alertou para o risco do país entrar numa fase de mini-ciclos governativos e para a importância dos partidos terem respostas para este cenário. Foi premonitório. Poucos dias depois, António Costa demitiu-se nas circunstâncias conhecidas e o Presidente da República decidiu, quanto a mim mal, dissolver a Assembleia da República.

É imperativo que das próximas eleições resulte um governo estável e não um impasse que dê inicio à tal fase de mini ciclos governativos. Sobretudo, é impensável que o país entre numa fase de mini ciclos legislativos. Aliás, o nosso sistema semi presidencial foi pensado de forma a evitar a necessidade de ciclos eleitorais sucessivos para encontrar um governo, tal como acontece com frequência nos sistemas parlamentares.