Os economistas conhecem bem a diferença entre curto e longo prazo. Sabem distinguir flutuações cíclicas de alterações estruturais: ser um país rico é uma coisa, ter o PIB que mais cresce no ano x ou no trimestre y é outra bastante distinta. Donald Trump apregoa constantemente a ideia de tornar os EUA grandes, o célebre acrónimo MAGA, e depois gasta o tempo com as preocupações erradas: atenta em demasia a questões cíclicas (como as taxas da Reserva Federal) e toma medidas de efeitos estruturais nefastos (como o ataque à ciência ou o desbaratar do soft power americano). A triste realidade, para Trump, é que o seu país não vai ficar grande. China e Índia estão a caminho de serem as duas maiores economias do planeta e aos EUA resta apenas encolher em termos relativos. A tendência vem de longe e é inexorável. Não é o atual Presidente que a conseguirá mudar. E se já é difícil projetar a hegemonia quando se tem o maior PIB do planeta, mais difícil vai ser dentro de algumas décadas.
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Tornar a América pequena
Trump bem pode falar em tornar os EUA grandes que nada muda. China e Índia vão ser gigantes. E os juros da Fed nada podem fazer