Acelerador de Sustentabilidade

Que desafios se colocam à sustentabilidade na taxonomia?

A taxonomia é o tema do mais recente workshop do Acelerador de Sustentabilidade, uma iniciativa dirigida às empresas portuguesas, promovida pelo Expresso e pelo BPI

O Acelerador de Sustentabilidade realiza - em 2023 - mais 6 sessões de formação. Cada uma delas tem um tema distinto, sendo que os temas da reindustrialização, da sustentabilidade e da energia já foram publicados e podem ser consultados AQUI, AQUI e AQUI respetivamente.

A sessão que hoje divulgamos, dedicada ao conceito de taxonomia, foi orientada pelos seguintes formadores:

  • Luis Veiga Martins, CSO da Nova School of Business and Economics
  • Manuel Mota, Partner e Climate Change & Sustainability Services Leader da EY
  • Ana Costa, Sustainability and Blue Economy Lead da Beta-i
  • Ana Rosas Oliveira, Diretora executiva do BPI

Acelerador de Sustentabilidade: Taxonomia no contexto do financiamento sustentável

Saiba quais são os pontos-chave sobre esta temática e o que podem as empresas começar já a fazer:

  • O mundo, e todos nós, enfrentamos três grandes desafios: o aumento da população global, as alterações climáticas e a sustentabilidade;
  • De recordar que, em 2015, os países aprovaram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para que a resolução destes desafios fosse possível. O Acordo de Paris foi assinado no mesmo ano;
  • “A União Europeia e os seus membros reforçaram o compromisso assumido através do Pacto Ecológico Europeu”, lembra Luis Veiga Martins, CSO da Nova School of Business and Economics. O objetivo último deste documento é que a UE atinja a neutralidade carbónica até 2050;
  • O plano europeu tem várias vertentes, sendo que uma delas é a existência de uma linguagem comum, através de um sistema de classificação que dita se uma organização pode ou não ser considerada sustentável. A isto dá-se o nome de taxonomia;
  • Assim, para serem consideradas sustentáveis, as organizações devem contribuir para um ou mais dos objetivos definidos;
  • Outras funções da taxonomia são a divulgação do grau da alinhamento por parte das instituições com a própria taxonomia. Esta divulgação de informação garantirá que os investidores tenham em seu poder os dados para avaliar, por exemplo, os riscos e oportunidades financeiras;
  • “A taxonomia europeia é um regulamento que tem como objetivo redirecionar os capitais para atividades ambientalmente sustentáveis”, explica Manuel Mota, partner e Climate Change & Sustainability Services Leader da EY;
  • As empresas devem avaliar se as suas atividades se enquadram nos seis objetivos fundamentais definidos pelo regulamento. São eles: mitigação das alterações climáticas; adaptação às mesmas; usos sustentável e proteção da água e recursos humanos; transição para a economia circular; prevenção e controlo de poluição; prevenção e restauro da biodiversidade e ecossistemas;
  • Após esse trabalho, as empresas devem verificar se cumprem com os critérios técnicos, ao mesmo tempo que avaliam se não estão a causar danos significativos a nenhum dos objetivos ambientais;
  • As empresas deverão também cumprir com as salvaguardas mínimas sociais;
  • A credibilidade de todo o processo assenta no compromisso de que toda a informação é auditada por uma entidade independente;
  • A taxonomia permite incrementar - a longo prazo - a criação de valor das organizações:
  • “A taxonomia acrescenta desafios às empresas ao nível da comunicação do seu desempenho de sustentabilidade”, alerta Ana Costa, Sustainability and Blue Economy Lead da Beta-i;
  • A inovação colaborativa permite às empresas encontrar em startups soluções aos seus desafios de taxonomia;
  • Uma dessas startups, a título de exemplo, chama-se GreeMko. A empresa permite calcular as emissões de efeito de estufa de cada empresa;
  • Na vertente social, existem startups como a Workera, a Degreed ou a Articulate que permitem encontrar soluções para a capacitação dos trabalhadores;
  • A nível da garantia da transparência, existe a Circularise que entrega passaportes digitais do produto ou serviço;
  • “O Plano estratégico 2022-2024 do BPI tem como linha estratégica ser uma referência na banca sustentável”, afirma Ana Rosas Oliveira, diretora executiva do BPI;
  • Além de ser uma linguagem comum, a taxonomia pretende ser uma referência na legislação do sector financeiro;
  • O BPI tem um Portal de Apoio Públicos, uma ferramenta intuitiva, ágil, completa e de acesso gratuito com o objetivo de informar as empresas sobre os mais diversos tipos de apoios;
  • A Linha BPI ESG Empresas na sua componente ambiental é umas das opções que a banca disponibiliza, com uma dotação máxima de €500 milhões, destinada a PME que cumpram com os critérios ESG ou que queiram investir na transição ambiental. Os investimentos são, por exemplo, a produção de energia para consumo, iluminação eficiente ou mobilidade verde, entre outros. Existem, ainda, indicadores-chave na classificação dos projetos como, por exemplo, o volume de emissões.

O Acelerador de Sustentabilidade é uma iniciativa do Expresso e do BPI que consiste na realização de sessões de formação (workshops online) onde se apresentam estratégias, conselhos e passos para descarbonizar e ter um negócio sustentável, dentro daquilo que são os objetivos europeus e mundiais.