Qual a força e a resiliência da sociedade civil atualmente? Qual a sua importância? E, afinal, o que é ao certo a sociedade civil e onde se movimenta? O nosso espaço público está enfraquecido? Perdemos capacidade de diálogo? Muitas questões, muitas interrogações, outras tantas dúvidas. Sobretudo, material para nos fazer pensar.
O terceiro painel de debate dos VI Encontros de Cascais versava a sociedade civil e o seu papel. Começou a discussão por um olhar mais atento sobre o papel da sociedade civil na definição de políticas públicas.
Em termos de enquadramento, recordou-se como vários dos modelos de definição das políticas públicas por parte dos cidadãos estão a sofrer mutações: Há a desvalorização crescente das eleições por parte dos eleitores; Os instrumentos de democracia direta, como os referendos, também parecem não ter tido grande sucesso - há a percepção crescente da irrelevância do exercício de votar, os cidadãos entendem que não conta assim tanto o seu voto. Outros instrumentos que se banalizam são por exemplo as consultas públicas, para diplomas legais, que também muitas vezes são momentos mais formais que outra coisa, com escassa participação. Até a força de movimentos como os sindicais parece estar mais reduzida e com menor impacto e relevância social.