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Encontros de Cascais

Whatsapp, sociedade civil, redes sociais e democracia: para onde vamos?

Os VI Encontros de Cascais reuniram na Cidadela de Cascais, entre sexta-feira e sábado, algumas dezenas de líderes de empresas e fundações, gestores, professores universitários, políticos, antigos ministros, autarcas e diplomatas. O objetivo era discutir os grandes temas da atualidade. “Que espaço para a sociedade civil?” foi o tema do terceiro painel, depois dos dedicados à defesa e o pós-eleições americanas. Quinta-feira publicamos o resumo da conversa dedicada à política de imigração, o tema do quarto e último debate dos Encontros

Qual a força e a resiliência da sociedade civil atualmente? Qual a sua importância? E, afinal, o que é ao certo a sociedade civil e onde se movimenta? O nosso espaço público está enfraquecido? Perdemos capacidade de diálogo? Muitas questões, muitas interrogações, outras tantas dúvidas. Sobretudo, material para nos fazer pensar.

O terceiro painel de debate dos VI Encontros de Cascais versava a sociedade civil e o seu papel. Começou a discussão por um olhar mais atento sobre o papel da sociedade civil na definição de políticas públicas.

Em termos de enquadramento, recordou-se como vários dos modelos de definição das políticas públicas por parte dos cidadãos estão a sofrer mutações: Há a desvalorização crescente das eleições por parte dos eleitores; Os instrumentos de democracia direta, como os referendos, também parecem não ter tido grande sucesso - há a percepção crescente da irrelevância do exercício de votar, os cidadãos entendem que não conta assim tanto o seu voto. Outros instrumentos que se banalizam são por exemplo as consultas públicas, para diplomas legais, que também muitas vezes são momentos mais formais que outra coisa, com escassa participação. Até a força de movimentos como os sindicais parece estar mais reduzida e com menor impacto e relevância social.