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Reformas futuras encolhem

Quem se reformar depois de 2030 terá uma pensão equivalente a 54,1 por cento, diz a OCDE. Vai continuar a fiar-se no Estado para manter o nível de vida quando se aposentar?

Reformas futuras encolhem

Joaquim Madrinha

É mais um aviso da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Segundo o estudo "Private Pensions Outlook 2008" elaborado pela organização, os portugueses que se aposentarem após 2030, poderão contar com uma pensão equivalente a 54,1 por cento do último vencimento recebido.

"As recentes reformas do sistema público de pensões vai reduzir significativamente os benefícios", lê-se no estudo da OCDE. Os dados são chocantes para quem atinge a idade legal de reforma após 2030 mas, segundo um estudo da Associação Portuguesa de Seguros (APS), os números poderão ser ainda piores. "Pensamos que o nível das pensões pode ser ainda ligeiramente inferior ao que a OCDE referiu", afirmou Pedro Seixas Aleixo, presidente da APS. A associação estima que as pensões pagas pelo Estado após 2030 tenham um valor equivalente a 45 por cento do último salário auferido.

Não há problema

Quem não concorda com as projecções é o Secretário de Estado da Segurança Social. Em declarações no programa Fórum, da rádio TSF, Pedro Marques desvalorizou ambos os estudos. "Reforçámos muito a solidez do sistema de pensões português no longo prazo. Estamos a falar de pensões daqui a 30 ou 40 anos, quando a esperança média de vida será de mais 3 ou 4 anos, e mesmo com este aumento da esperança de vida, podemos pagar pensões nos melhores referenciais da União Europeia, sem por em causa as pensões mais baixas, mínimas, nem as actuais nem as dos próximos anos ", afirmou o responsável.

Demografia não engana

Apesar das opiniões divergentes dos especialistas, há um facto incontornável a influenciar o valor das pensões futuras: a demografia. E é fácil perceber porquê. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), enquanto hoje existem 4 trabalhadores por cada pensionista, em 2050, haverá apenas 2,6 trabalhadores para cada reformado. Ou seja, das duas, uma: ou desce o valor das pensões ou aumentam os impostos sobre os trabalhadores.

Vai esperar para ver?

Não. Quem quiser manter o nível de rendimento após abandonar a vida activa aos 65 anos - a idade legal de reforma, deve recorrer a planos complementares de reforma para colmatar o rendimento perdido após a aposentação. Seja qual for o produto de poupança escolhido, saiba na ferramenta de reforma da Carteira.pt quanto tem que poupar mensalmente, de acordo com a taxa de capitalização esperada, para colmatar o poder de compra perdido quando se aposentar, aos 65 anos, e esqueça o Estado paternalista