Fez este verão 20 anos que estreou “Minority Report”, filme sci-fi noir de Spielberg com Tom Cruise, passado em 2054, que tem como fundo um programa policial que se antecipa ao momento que o crime é cometido (precrime) e que levanta questões sobre “liberdade de escolha” ou “determinismo”: se me prendem antes de disparar e condenam por homicídio como sabem que no último segundo iria mesmo premir o gatilho? Spielberg rodeou-se de um think tank de peritos para poder criar em 2002 uma versão verosímil do que seria uma sociedade em 2054. Para John Anderton, a personagem de Cruise, poder desaparecer da circulação, teria de trocar de olhos. Tudo era controlado através de reconhecimento da íris. Anderton decide mudar os glóbulos oculares, numa cirurgia de vão de escada, em que é abandonado e atacado por uns aranhiços metálicos da polícia que andam à sua procura e para isso perscrutam a íris em busca das identidades únicas. Quando entra numa loja, horas mais tarde, é tratado por “senhor Yamamoto”, o que deduzimos ser o anterior dono dos olhos. Rimo-nos muito na altura. O problema é que em 2022 as coisas estão muito mais à frente.
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