Reimaginar Portugal

Transformar uma crise em oportunidade

O Expresso, em parceria com o The Lisbon MBA Católica|Nova, publica esta segunda-feira o último dos contributos para ajudar a relançar o país no período do pós-pandemia, no âmbito económico, social e ambiental. O projeto ReImaginar Portugal, promovido pelo Alumni Club, foi lançado pelo The Lisbon MBA para promover, numa só plataforma, um debate público sobre o nosso futuro. Não perca, esta segunda-feira, a conferência que marcará uma nova fase desta iniciativa, convidando para o debate vários CEO, gestores, representantes institucionais e membros da sociedade civil

É com esta ambição de futuro que devemos aproveitar a oportunidade de ReImaginar Portugal – avançemos para uma reconstrução que nos ponha a par e passo com o tempo, acelerando o combate às alterações climáticas, a transição digital, a autonomia estratégica da nossa economia, a optimização dos nossos recursos, combatendo a desigualdade para um desenvolvimento inclusivo, justo e sustentável.

Sim, são tempos de mudança e de oportunidade para redesenharmos Portugal. A sociedade como a conhecíamos não existirá depois desta crise. Num discurso de 1959, John F. Kennedy disse a famosa frase: “Crise em Chinês compõe-se por dois caracteres, um representa perigo, o outro oportunidade.” Nunca as palavras de JFK foram tão atuais.

A mudança representa a oportunidade de um novo começo - é neste ponto que devemos apostar. Queremos um novo ciclo para o país, refletindo sobre a visao certa e as nossas opções estratégicas. Abra-se uma reflexão profunda sobre o funcionamento de Portugal como um todo, visando as reformas estruturais do nosso relançamento económico.

A quebra que assistimos será global, com consequências duradouras na sociedade e nas gerações futuras. A estas devemos o nosso empenho, com base num trabalho conjunto entre o Governo, as Empresas e a Academia para sermos capazes de delinear uma visão apartirdária, que assente numa estratégia para um país sustentável, com objetivos claros e mensuráveis.

Mas como diz o proverbio japonês, “visão sem ação é um devaneio. Ação sem visão um pesadelo”. A execução da estratégia que venha a ser definida é determinante, nos tempos atuais de grande volatilidade e incerteza, temos que ter a capacidade de atuar com agilidade, revisitando e adaptando os planos de ação sem perder o rumo e a visão de longo prazo.

É com esta ambição de futuro que devemos aproveitar a oportunidade de ReImaginar Portugal – avançemos para uma reconstrução que nos ponha a par e passo com o tempo, acelerando o combate às alterações climáticas, a transição digital, a autonomia estratégica da nossa economia, a optimização dos nossos recursos, combatendo a desigualdade para um desenvolvimento inclusivo, justo e sustentável.

A pandemia trouxe-nos uma crescente difusão da tecnologia - a nossa sociedade soube manter-se remota e aberta aos negócios e à educação. Ficamos ligados e em segurança, mostrando que a aceleração digital é fundamental nos setores de futuro em que queremos ter uma posição de liderança. Vamos ter que fazer escolhas inteligentes, eventualmente deixando de apoiar setores que não têm futuro, ou para os quais não

temos dimensão, e apostando por fatores diferenciadores que tornem a nossa oferta de valor única para sermos os melhores “do mundo”, sim os melhores do mundo. Deve ser esta a nossa aspiração coletiva para a nova fase de desenvolvimento do país.

Devemos reforçar os nossos alicerces e a perceção de um país que incentiva e apoia a inovação e o empreendedorismo, com uma admistração pública mais eficiente e maior celeridade na aplicação da justiça, em convergência com um setor privado dinâmico e capitalizado.

Com uma aposta clara na educação e na capacitação digital total. Um país com universidades de topo, escolas técnicas e escolas de gestão, com um nível de línguas estrangeiras ímpar, seguro e estável, para relançar o investimento nacional e atrair capital estrangeiro em projetos estratégicos transformadores que possam fomentar o desenvolvimento de longo prazo.

Se ReImaginar Portugal passa por repensar o sistema educativo, o ensino superior pode e deve reforçar a sua ligação ao mundo empresarial. Devemos Incluir o desenvolvimento de competências digitais, apostar fortemente em modelos de educação baseados em action learning e apoiar a necessidade de aprendizagem ao longo da vida, trabalhando em parceria com as organizações, para preparar os futuros líderes que irão conduzir as organizações, aumentando a vantagem competitiva do país para tirar partido das oportunidades à escala global.

Agora, mais do que nunca, Portugal precisa de ter organizações, empresas e Estado, mais ágeis, que colocam as pessoas no centro, com líderes que se destacam pela sua visão estratégica e capacidade de execução, assim como pelas suas competências interpessoais e valores como a ética, autenticidade, empatia e resiliência. Líderes capazes de criar ambientes de confiança e seguros, que promovam uma cultura de excelência baseada na meritocracia e fomentem a criatividade e a inovação para encontrarmos o caminho para a próxima normalidade.

Concluindo, centremo-nos no nosso propósito, na requalificação dos nossos recursos humanos e no meio ambiente. Aprendamos a prioritizar e proteger a saúde pública, o bem-estar social, a transição energética e a viabilidade financeira. Em conjunto, estas forcas devem constituir o motor para a construção desejavel da nossa sociedade.

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