Génio e figura não se distinguem em Agustina Bessa-Luís, como não se distinguiam num dos seus mais directos antecessores, sobre quem escreveu um ensaio intitulado “Camilo: Génio e Figura”. Há, em literatura, um punhado de figuras a quem chamamos génios não apenas no sentido de serem autores “inspirados” ou “talentosos”, mas de terem temperamentos marcantes e personalidades inconfundíveis. A cada leitura de Agustina descobrimos um génio de inteligência, sageza, liberdade, ironia e estilo; mas também uma figura indomável, surpreendente, lírica, sarcástica, exacta e feroz, uma autora que vale uma literatura.

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