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Opinião

Maior do que o boné do meu sobrinho…

Num delirante diálogo no grande clássico (não estou a brincar, já são clássicos da nossa literatura moderna) ‘Asterix entre os Bretões’, penso que é Obélix que diz: “é mais pequeno do que o jardim do meu tio… mas maior do que o boné do meu sobrinho”. Com esta descrição precisa sobre o tamanho de algo, arrumava-se uma questão. O Governo remodelado a semana passada é um objeto desta ordem. São mais unidos do que um partido, ou uma família, mas não tão chegados como uma seita.

Dei-me ao trabalho de tentar perceber a lógica das substituições, os padrões comuns, as pistas que deixam. É algo que faço amiúde para ocupar e, simultaneamente, descansar a cabeça. Por exemplo, a frase citada (maior do que o boné, mais pequeno do que o jardim) fazia parte do método de ensino de inglês para franceses quando se chegava aos comparativos (‘bigger than’ e ‘smaller than’). Encheu-me de alegria perceber como os autores, Albert Uderzo e René Goscinny se tinham lembrado de algo tão genialmente non-sense. Afinal, estava no sistema educativo… é algo mais antigo e frequente do que se pensa.