“Hassan Nasrallah, o líder do Hezbollah que Israel assassinou há duas semanas, era enormemente popular, porque não era visto como corrupto; o seu povo admirava-o e confiava nele. Não se pode dizer isso de qualquer outro líder árabe, porque não há outro líder árabe que tenha qualquer coisa próxima da ligação dele à sua própria base.” Quem o lembra é Ussama Makdisi, autor de dupla nacionalidade, palestiniana e norte-americana, perito em estudos árabes e professor de História e diretor da Universidade da Califórnia em Berkeley. Não seria senão natural que os elementos da milícia libanesa estivessem a lamber as feridas, após o impacto da morte do líder histórico, à frente do Hezbollah desde 1992.
Mas em guerra não há tempo para lamentações e lutos prolongados e, de acordo com a agência Reuters, o braço armado do “Partido de Deus” procurou rapidamente restaurar um plano para enfrentar Israel. Nos cálculos do Hezbollah estará agora uma possível longa guerra de desgaste no sul do Líbano. O comando foi interrompido nos primeiros dias após o assassinato de Nasrallah, a 27 de setembro, até que os militantes xiitas estabeleceram uma nova "sala de operações" 72 horas depois. Assim, há já um novo comando a gerir o lançamento de rockets e o conflito terrestre.
Com três semanas de duros golpes, e sobretudo com o assassínio do seu líder Sayyed Hassan Nasrallah, conhecido pelos locais como “maior do que a vida”, as autoridades israelitas ganharam espaço e argumentos para defender que as capacidades do grupo islamita estavam severamente comprometidas. Mas o efeito da resistência mantém-se.