Acelerador de Sustentabilidade

A necessidade de reindustrializar as empresas para atingir a sustentabilidade

O Acelerador de Sustentabilidade está de regresso. Esta é uma iniciativa dirigida às empresas portuguesas e a reindustrialização é o tema do mais recente workshop

À semelhança do que aconteceu em 2022, o Acelerador de Sustentabilidade realiza este ano mais 6 sessões de formação. Cada uma destas sessões tem um tema diferente, sendo que a primeira de todas se centra na problemática da reindustrialização.

Mas por que razão é tão crucial pensar na reindustrialização?

Porque para atingir as metas europeias de sustentabilidade, a indústria tem um papel determinante. Nesse sentido, a Comissão Europeia desenvolveu o Plano Industrial do Pacto Ecológico (que aprofundamos mais abaixo) que tem como objetivo principal colocar na vanguarda a indústria europeia com impacto neutro no clima.

A sessão foi orientada pelos seguintes formadores:

  • Luis Veiga Martins, CSO da Nova School of Business and Economics
  • Manuel Mota, Partner e climate chance & sustainability services leader da EY
  • Ana Costa, Sustainability and Blue Economy Lead da Beta-i
  • Ana Rosas Oliveira, Diretora executiva do BPI

Acelerador de Sustentabilidade: Reindustrialização

Saiba quais são os pontos-chave sobre esta temática e o que podem as empresas começar já a fazer:

  • Há 4 pilares no Plano Industrial do Pacto Ecológico: 1) ambiente regulatório previsível e simplificado; 2) Aceleração do processo de financiamento; 3) Melhoria das competências dos recursos humanos e 4) Comércio aberto para cadeias de abastecimento eficientes e resilientes;
  • O plano quer “melhorar a competitividade da indústria europeia” e suportar a transição, lembra Luís Veiga Martins;
  • O primeiro pilar potencia os objetivos net-zero para a indústria e o acesso às energias renováveis a custos mais baixos. “É cada vez mais frequente vermos empresas a estabelecer metas de redução de emissões”, diz Manuel Mota;
  • Este primeiro pilar pretende também garantir o acesso às matérias-primas indispensáveis à transição energética;
  • O segundo pilar do plano, relacionado com o acesso a financiamento, tem como objetivo a transição verde e há instrumentos criados neste sentido pela UE, como por exemplo: PRR, RepowerEU, Innovation Fund, Portugal 2020 e 2030. Há, também, modalidades de financiamentos diferenciadas;
  • O financiamento tem uma ligação estreita com a taxionomia europeia;
  • O terceiro pilar do plano centra-se no fortalecimento das competências e têm-se verificado uma tendência crescente dos clientes na procura de capacitação em matéria de sustentabilidade. “O tempo da sensibilização acabou, estamos numa fase em que temos de capacitar”, considera Manuel Mota;
  • O quarto e último pilar assenta num comércio aberto através da cooperação global e desenvolvimento de acordos;
  • As empresas devem assim avaliar os seus desafios face àquilo que é a perspetiva de evolução do mercado em que se inserem;
  • O passaporte industrial de produto é “uma das ferramentas que a inovação entrega às empresas”, explica Ana Costa. São equipamentos que permitem medir as emissões na produção e softwares que permitem analisar os dados em toda a cadeia de valor;
  • O passaporte assegura transparência e que os objetivos de neutralidade carbónica e de reindustrialização da Europa estão assegurados;
  • “Os ODS só podem ser alcançados com o envolvimento das empresas”, reforça Ana Rosas Oliveira. Como já foi referido anteriormente, para começarem este caminho as mesmas podem candidatar-se a apoios públicos e podem financiar do financiamento bancário;
  • Os fundos europeus a que o país tem acesso ascendem aos €50 mil milhões, sendo que €15 mil milhões são destinados às empresas;
  • PRR (€7,5 mil milhões); Portugal 2030 (entre €4,6 a €5,8 mil milhões); PEPAC (€0,9 mil milhões);
  • O governo aprovou também um sistema de incentivos e desde abril que as empresas podem beneficiar de financiamento até €150 milhões de euros por ano até ao final de 2027 junto da AICEP;
  • Ao nível europeu, há financiamento ao abrigo do Fundo de Inovação e do Horizonte Europa;
  • O BPI tem um Portal de Apoio Públicos, uma ferramenta intuitiva, ágil, completa e de acesso gratuito com o objetivo de informar as empresas.
  • Outros apoios da banca: Linha BPI PRR; Linha BPI ESG Empresas; Linha BPI/BEI Eficiência Energética e a Linha BPI/FEI InvestEU.

O Acelerador de Sustentabilidade é uma iniciativa do Expresso e do BPI que consiste na realização de sessões de formação (workshops online) onde se apresentam estratégias, conselhos e passos para descarbonizar e ter um negócio sustentável, dentro daquilo que são os objetivos europeus e mundiais.