O desemprego registado, medido pelo número de desempregados inscritos nos serviços públicos de emprego do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), voltou a recuar em maio, para 310.263 pessoas. Trata-se de um recuo de 2,5% (menos 8.068 desempregados registados) face ao mês de abril, apontam os dados do IEFP conhecidos esta quinta-feira. Apesar disso, o país continua a contabilizar mais 24.408 (8,5%) desempregados nos centros de emprego do que em maio do ano passado, sublinham os serviços de emprego.
“Para o aumento do desemprego registado, face ao mês homólogo de 2023, na variação absoluta, contribuíram os inscritos há menos de 12 meses (+21.587), os que procuram um novo emprego (+22.108) e os adultos (+20.303)”, sinaliza a nota do IEFP que acompanha os indicadores de maio.
A análise regional dos dados mostra que, com exceção dos Açores (-15,6%) e da Madeira (-19,6%), em maio o desemprego aumentou em termos homólogos (face ao mesmo mês de 2023) em todas as regiões do país. O aumento mais expressivo verificou-se na região do Algarve, com uma subida de 13,6%.
Já na comparação com o mês anterior, a tendência é de redução do desemprego registado, com a maior variação a acontecer na região do Algarve, onde o número de inscritos nos centros de emprego recuou 19,1%.
Mais de 27% dos desempregados são trabalhadores não qualificados
Os dados do IEFP mostram ainda que, em maio, os trabalhadores não qualificados representavam a maior fatia dos inscritos nos centros de emprego (27,1%), logo seguidos pelos “trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção segurança e vendedores” (19,9%), pelo "pessoal administrativo"(12,2%) e pelos "especialistas das atividades intelectuais e cientificas" (10,4%).
“Relativamente ao mês homólogo de 2023 e tendo em conta os grupos profissionais com maior expressão, observa-se um acréscimo no desemprego, na maioria dos grupos profissionais, com destaque para os ”operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da montagem" (+13,1%), "trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices" (+12,5%) e "especialistas das atividades intelectuais e científicas"(+11,8%)", explica o IEFP.
O sector dos serviços dominou em maio o número de inscritos nos centros de emprego. Mais de 72% dos desempregados registados tinham trabalhado em atividades neste sector, com destaque para as “atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio” (que representavam 33,1%).
O sector secundário responde por 20,6% dos desempregados, com particular relevo para a construção (6,5%). Ao sector agrícola pertenciam 4,3% dos desempregados. Na comparação com o mês homólogo de 2023, o desemprego registado agravou-se transversalmente em todos os sectores: no agrícola (+4,1%), no secundário (+12,6%) e no terciário (+9,7%).
Número de novos inscritos recua
Durante o mês de maio, os serviços públicos de emprego do país receberam 10.073 ofertas, número inferior ao registado no mesmo mês do ano passado (-2687; -21.1%), mas superior face ao mês de abril (+149; +1,5%).
Por sua vez, ao longo mês inscreveram-se nos centros de emprego 42.128 desempregados. Um número inferior em relação ao mesmo mês de 2023 (-357; -0,8%) e também em relação ao mês anterior(-3739; -8,2%).
Já no que diz respeito às ofertas de emprego por satisfazer, no final de maio de 2024 totalizavam 12.229, menos 4714 (-27,8%) face ao registado há um ano e mais 144 (1,2%) do que as contabilizadas em abril deste ano.