As 60 páginas da proposta de revisão da lei laboral aprovadas pelo Governo estão a ser lidas, relidas e digeridas, mas, para os juristas, académicos, advogados e sindicalistas que este sábado passaram pelo debate promovido pelo think tank de esquerda Causa Pública, já não há dúvidas do que representam: em termos práticos, uma autoestrada para a precariedade, um ataque à maternidade e paternidade, uma limitação à liberdade sindical; em termos políticos, uma declaração de guerra aos trabalhadores e uma antecâmara de revisão constitucional.
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“Se achas que não é mau para os trabalhadores, olha para a cara de satisfação dos patrões”: esquerda afina argumentos contra reforma laboral
Frase de secretário-geral adjunto da UGT é simbólica da avaliação feita pelas centrais sindicais. Juristas estranham sentido de oportunidade e lógica do anteprojeto de lei do Governo: “Não consigo entender o reacional desta ação legislativa”, diz António Monteiro Fernandes, ex-secretário de Estado do Trabalho e amigo da ministra Maria do Rosário Palma Ramalho