Trabalho

"Os líderes têm de ser vistos no terreno": JP Morgan quer acabar com teletrabalho para diretores

Os líderes “têm de ser vistos no terreno, devem reunir-se com clientes, devem ensinar e aconselhar, e devem sempre estar disponíveis para feedback”, defendem os administradores do maior banco norte-americano. JP Morgan vai também controlar os dias de teletrabalho dos restantes funcionários

Andrew Burton/Getty Images

O banco de investimento norte-americano JPMorgan Chase distribuiu uma nota aos diretores anunciando que deverão passar a ir ao escritório todos os dias da semana laboral - isto é, 5 dias. Nas palavras da instituição, “toda a gente deve estar disponível para trabalhar cinco dias no escritório”.

O banco de investimento defende a sua decisão na nota, citada pela Bloomberg esta quarta-feira, 12 de abril: “Os nossos líderes desempenham um papel crítico no reforço da nossa cultura e na gestão dos nossos negócios (…) têm de ser vistos no terreno, devem reunir-se com clientes, devem ensinar e aconselhar, e devem sempre estar disponíveis para feedback imediato e para reuniões de última hora”.

A nota foi emitida pelo comité operacional do maior banco norte-americano, encabeçado pelo presidente executivo, Jamie Dimon.

O banco recordou aos trabalhadores que devem cumprir o combinado em termos de comparência no escritório, nomeadamente três dias em regime presencial e dois em regime remoto; dizendo que vai implementar “pontos” automáticos para registar os compromissos laborais dos trabalhadores do banco.

“Alguns trabalhadores não estão a cumprir as expectativas de trabalho presencial, e isso tem de mudar”, acrescenta o JP Morgan. Essas falhas serão tidas em conta nas avaliações de desempenho e os prevaricadores podem ser alvo de medidas disciplinares, segundo o banco.

Em Portugal, apesar da avaliação positiva nacional dos regimes de trabalho remotos, metade dos trabalhadores portugueses crê que o teletrabalho é um obstáculo ao reconhecimento do seu desempenho - uma das conclusões do "Estudo sobre o teletrabalho e os seus desafios na nova conjuntura", feito a pedido da UGT e com coordenação de Paulo Pedroso, professor do ISCTE-IUL e antigo ministro do PS.