Energia

Espanhola Solaria obtém licença ambiental para projeto fotovoltaico de €235 milhões em Portugal

A espanhola Solaria obteve “luz verde” da Agência Portuguesa do Ambiente para construir duas centrais solares no concelho de Chamusca, com uma potência de 375 megawatts e um investimento de 235 milhões de euros

Foto: Getty Images

A Solaria, uma das empresas espanholas que estão a apostar na área da energia solar em Portugal, assegurou declaração de impacto ambiental (DIA) favorável para um projeto de 235 milhões de euros que contempla a construção de duas centrais fotovoltaicas de larga escala no concelho de Chamusca.

Em comunicado à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV, congénere espanhola da portuguesa CMVM), a Solaria revelou ter obtido DIA favorável para as centrais de Casal da Valeira e Vale Pequeno, que somam uma capacidade total de 375 megawatts (MW).

Estes projetos estiveram em consulta pública entre 15 de dezembro de 2022 e 25 de janeiro deste ano e receberam DIA favorável (embora condicionada) da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) na última quarta-feira, 8 de março.

Trata-se de duas centrais licenciadas num mesmo processo e que serão instaladas muito próximo uma da outra, no concelho da Chamusca, ocupando cerca de 465 hectares. Serão ligadas à rede elétrica na subestação do Pego.

As duas centrais resultam de um processo de licenciamento que levou a Solaria, através da empresa Prodigy Orbit, a ver estes dois projetos selecionados no início de 2019 para poderem firmar acordos com a REN - Redes Energéticas Nacionais, no âmbito dos quais as centrais poderiam ser construídas se os promotores assumissem o custo de reforço da rede elétrica necessário para acomodar a nova potência.

Este licenciamento correu, portanto, à margem dos leilões solares de 2019 e 2020 realizados pelo Governo, e nos quais os promotores puderam aceder a regimes de remuneração garantida com um desconto a uma tarifa de referência (ou de pagamento de contrapartidas ao sistema elétrico, consoante a opção).

A Solaria acabaria por também conseguir no leilão de 2019 um lote para instalar 49 MW de capacidade solar no Alentejo, garantindo uma tarifa de venda da eletricidade à rede de 19,64 euros por megawatt hora (MWh), menos de metade da base de licitação do leilão.

Outras empresas espanholas, como a Iberdrola e a Dos Grados, também têm estado a desenvolver projetos fotovoltaicos de larga escala em Portugal.

A Iberdrola obteve recentemente licença ambiental para o projeto que construirá a primeira central solar de mais de 1 gigawatt (1000 MW) em Portugal, uma unidade fotovoltaica em Santiago do Cacém, desenvolvida em parceria com a empresa luso-espanhola Prosolia.

E esta quinta-feira a Iberdrola comunicou ainda o arranque da construção de duas centrais solares no Algarve, que licenciou no âmbito do leilão fotovoltaico de 2019.

Também a Prosolia revelou esta quinta-feira ter firmado um acordo de financiamento de 25 milhões de euros com o Bankinter para desenvolver duas centrais solares na Covilhã e em Palmela, cuja capacidade somada é de 51 MW.