A EDP conta concretizar a oferta pública de aquisição (OPA) sobre a EDP Brasil, que levará à sua retirada de bolsa, durante o segundo semestre deste ano, de acordo com a apresentação feita pela elétrica portuguesa ao mercado de capitais esta quinta-feira, 2 de março.
A OPA sobre a EDP Brasil foi anunciada durante a madrugada, antes do Capital Markets Day que a EDP está a realizar em Londres para apresentar aos investidores a sua nova estratégia para o período de 2023 a 2026.
Para concretizar essa OPA a EDP irá realizar um aumento de capital de mil milhões de euros, para o qual já assegurou compromissos de subscrição dos seus maiores acionistas no valor de 600 milhões de euros.
Na apresentação aos investidores o presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell de Andrade, sublinhou que “há um forte racional” para avançar com a compra do capital da EDP Brasil que a EDP não controla (detém hoje 54%). A OPA, referiu o gestor, “trará uma simplificação às operações no Brasil”.
Quanto aos restantes 400 milhões de euros que falta assegurar no aumento de capital da EDP, o CEO do grupo acredita que “não será difícil” encontrar investidores disponíveis para subscrever a operação.
O registo e calendário da OPA estará agora dependente da obtenção de autorizações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM, congénere brasileira da portuguesa CMVM).
Miguel Stilwell de Andrade defendeu na sua apresentação que a atual presença do grupo EDP no Brasil (repartida entre a EDP Brasil e a EDP Renováveis) “não é eficiente”.
O gestor salientou que, apesar da OPA, o grupo não irá aumentar a sua exposição ao mercado brasileiro, uma vez que prosseguirá com a venda da central a carvão de Pecém e continuará a explorar oportunidades de venda de centrais hidroelétricas. O foco do grupo no Brasil estará no negócio de redes de eletricidade, energia solar e energia eólica.
“A nossa exposição ao Brasil será reduzida” e ficará, acrescentou Miguel Stilwell de Andrade, “dentro dos limites de risco”.
A EDP espera que o aumento de capital para lançar a OPA sobre a EDP Brasil resulte num contributo positivo de 120 milhões de euros para o lucro de 2024, permitindo aumentar em 3% a 4% o resultado por ação ao longo do período de 2024 a 2026.
O Expresso viajou a Londres a convite da EDP.