Energia

EDP lucrou 679 milhões de euros em 2022, e paga dividendo de 0,19 euros por ação

A EDP melhorou os lucros de 2022 em apenas 3% para os 679 milhões de euros. A energética foi penalizada pelo aumento dos custos operacionais, por imparidades de 192 milhões de euros, e pelo mau desempenho da atividade em Portugal

Miguel Stilwell de Andrade, presidente executivo da EDP.
NUNO VEIGA

A EDP encerrou o ano de 2022 com lucros de 679 milhões de euros, 3% acima do resultado de 657 milhões de euros do ano anterior, anunciou a energética portuguesa esta quarta-feira, 1 de março.

A seca extrema e imparidades em centrais térmicas levaram as operações portuguesas a apresentar um resultado negativo de 253 milhões de euros.

O resultado recorrente, que desconta o impacto de eventos extraordinários, cresceu 6% para os 871 milhões de euros em 2022. Um ano antes, tinha sido de 826 milhões de euros. Esta melhoria deve-se, segundo a energética, ao “bom desempenho das operações internacionais, sobretudo da atividade de energias renováveis na Europa e nas operações de redes de eletricidade no Brasil”.

A seca extrema vivida em Portugal em grande parte do ano de 2022 foi negativa para o grupo. Os 12 meses terminados em setembro de 2022 foi o terceiro ano hidrológico mais seco desde 1931, recorda a empresa. O que “penalizou fortemente os resultados da EDP em 2022, mesmo considerando a forte pluviosidade no 4.º trimestre de 2022, que permitiu a recuperação do armazenamento nas albufeiras para níveis acima da média" de perto de 70%, "melhorando as perspetivas de produção no início de 2023”, lê-se no comunicado ao mercado.

Custos não recorrentes de 192 milhões de euros, que incluem imparidades em centrais térmicas no Brasil e em Portugal, e o mau resultado da operação portuguesa, que fechou o ano com um resultado líquido negativo de 157 milhões de euros, levaram o resultado líquido do grupo aos 679 milhões de euros.

A margem bruta cresceu 27% para os 6,12 mil milhões de euros em 2022, face aos 4,84 mil milhões de euros de 2021. Os custos operacionais dispararam 51% para os 1,84 mil milhões de euros, comparativamente com os 1,22 mil milhões de euros do ano anterior.

O resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA no acrónimo em inglês) melhorou em 21% para os 4,52 mil milhões, “com forte contributo do crescimento na EDP Renováveis e nas redes de eletricidade no Brasil”.

No que toca à dívida líquida, esta cresceu 14% para os 13,2 mil milhões de euros em 2022, justificando-se esta subida com “a aceleração do investimento, sobretudo em renováveis e redes de eletricidade, e a apreciação do real brasileiro e do dólar americano”.

A EDP anunciou que irá pagar um dividendo de 0,19 euros por ação, inalterado face a 2022, a ser proposto em assembleia-geral de acionistas.