Energia

Presidente executivo da EDP diz que "é inquestionável" que novo plano do grupo terá "mais crescimento"

O CEO da EDP defendeu esta terça-feira que a EDP Renováveis tem “muito crescimento pela frente”. O grupo irá atualizar o seu plano de negócios na próxima quinta-feira

Miguel Stilwell de Andrade, CEO da EDP.
Nuno Botelho

“Para nós é inquestionável que haverá mais crescimento”, afirmou o presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell de Andrade, esta terça-feira, depois de questionado por um analista financeiro sobre se as perspetivas de negócio do grupo, que serão atualizadas na próxima quinta-feira, contemplam uma aceleração do crescimento.

Na conferência de apresentação de resultados da EDP Renováveis, Miguel Stilwell de Andrade escusou-se a entrar em detalhes sobre o plano estratégico que a empresa revelará na quinta-feira, no seu “Capital Markets Day”, mas deixou a indicação de que as perspetivas são positivas. “Vemos muito crescimento pela frente”, declarou.

O presidente executivo (CEO) da EDP e da EDP Renováveis também admitiu que o grupo pode ir mais longe na rotação de ativos, ou seja, na venda de participações em projetos que vai construindo (como centrais solares e parques eólicos) ou na alienação dos projetos a 100%.

“Tivemos um bom ano de rotação de ativos, mas podemos fazer mais”, afirmou Miguel Stilwell de Andrade. Em 2022 a EDP Renováveis encaixou cerca de 2 mil milhões de euros vendendo perto de 1 gigawatt (GW) de capacidade, ultrapassando a meta prevista de 1,9 mil milhões de euros (que tinha uma previsão de alienações de 1,4 GW).

No plano de negócios ainda em curso a EDP Renováveis contava com mais-valias de 0,3 milhões de euros por megawatt (MW) na rotação de ativos, sendo que em 2022 os ganhos registados pela empresa ascenderam a 0,4 milhões de euros por MW.

Na sua apresentação aos analistas Miguel Stilwell de Andrade pôs a tónica nas oportunidades de crescimento ("a EDP Renováveis é uma empresa de crescimento", disse), para defender a nova política de remuneração dos acionistas, convidando-os a abdicar do recebimento de um dividendo anual para aceitarem ficar com novas ações da empresa.

Esta solução (também chamada scrip dividend) permitirá à EDP Renováveis reduzir os seus encargos com dividendos, já que o seu maior acionista, a EDP (com 75%), vai optar por ficar com novas ações. “Acreditamos que teremos menos dinheiro a sair da EDP Renováveis do que tínhamos com o pagamento de dividendos”, afirmou Miguel Stilwell de Andrade aos analistas.

O gestor realçou também que neste momento a EDP Renováveis tem 11,4 GW de capacidade assegurada para desenvolver, dos quais 4 GW em construção. E apontou ao centro da Europa como um mercado promissor: “esperamos explodir na Alemanha nos próximos anos”.

Na conferência de apresentação dos resultados anuais da EDP Renováveis o CEO da empresa admitiu também que houve uma melhoria do quadro regulatório na Polónia e na Roménia, que levou a empresa a reduzir de 300 para cerca de 100 milhões de euros as contingências esperadas nestes dois mercados.

E Miguel Stilwell de Andrade insistiu na solidez da empresa, cuja dívida cresceu no ano passado, mas mantendo um múltiplo de dívida líquida face ao EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 2,3 vezes (aquém dos níveis que vêm sendo registados pelo grupo EDP). “Temos um balanço sólido”, sublinhou.

A EDP atualizará o seu plano estratégico na próxima quinta-feira, 2 de março.