Como prometi aqui na semana passada, um contributo que considero útil é distinguir as diferenças entre o PSD e o PS nas principais áreas que afectam a vida dos portugueses. Na primeira parte deste artigo comentei as diferenças na área da saúde, das pensões, na fiscalidade e na habitação que podem ver em PSD e PS: duas visões diferentes para Portugal (parte 1) - Expresso
Hoje temos a oportunidade de demonstrar que em áreas como a Educação também a diferença é bastante grande. O PSD acredita que avaliar é essencial para se saber se o sistema educativo está a cumprir o seu papel e por essa razão defende a avaliação do plano de recuperação de aprendizagens para saber se os alunos estão ou não a recuperar. É também por isso que o PSD defende avaliações externas. No passado, as avaliações de professores até colocaram PSD e PS de acordo, mas Tiago Brandão Rodrigues e António Costa acabaram com essas avaliações. Já no que diz respeito ao ensino superior e à ciências as diferenças, apesar da retórica e os mitos são avassaladoras. Oito anos depois continuamos sem uma Lei de Financiamento do Ensino Superior (que o PSD deixou pronta em 2015), sem uma única reforma na rede ou no estatuto da carreira docente, e em matéria de ciência privilegiou-se a quantidade de bolsas versus a sua dimensão e qualidade, reduziu-se a aposta nos grandes investigadores e matou-se a independência dos júris da FCT.
Na área da agricultura também se estabelecem algumas grandes diferenças. O PSD vê as florestas e a agricultura como um todo. O complexo agro-florestal. Enquanto o PSD defende que o Ministério da Agricultura deve ter autonomia e direcções regionais próprias, o PS defende que devem ser as CCDR a tutelar criando uma sobreposição do ambiente sobre agricultura e o mundo rural o que não faz sentido. Acabar com as Direções Regionais da Agricultura (DRA) é uma espécie de regionalização encapotada e disfarçada. Nas CCDR´s não existem competências para coordenar e executar grande parte das tarefas de controlo e fiscalização que as DRA´s fazem hoje em dia.
Nas áreas soberania as diferenças podem parecer menores mas a verdade é que o respeito pelas instituições e pelas funções que desempenham, tanto na Defesa como na Administração Interna, fazem muito a diferença. O PSD não partidariza estas funções, abstém-se de promover chefias por lealdade política violando a carreira de mérito dentro destas instituições, sejam elas das forças de segurança ou militares. Para o PSD a autonomia do Ministério Público é sagrada enquanto que para o PS é o que sabemos, depende do jeito. O PSD já apresentou duas propostas de pactos de regime para a reforma da Justiça que o PS de António Costa por duas vezes rejeitou. Nas áreas da proteção civil as mudanças feitas por Eduardo Cabrita tiraram estabilidade ao sistema e dividiram o sector. Para o PSD este tema é vital sabendo de antemão que tanto é preciso melhorar o combate aos incêndios como transformar a paisagem e o território.
Pelos vistos, as diferenças parecem ser tantas que vamos precisar de mais um artigo para estabelecer as diferenças em áreas como a ambiente, a energia, a cultura, o planeamento, o mar ou mesmo o interior e as obras públicas.