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Reitor do Porto denuncia “pressões” para facilitar entradas em Medicina, ministro da Educação disponibilizou-se para abrir vagas extra

Num telefonema, o ministro Fernando Alexandre mostrou disponibilidade para abrir vagas extraordinárias na Faculdade de Medicina do Porto para 30 alunos que não tiveram nota mínima para entrar no concurso especial de acesso para licenciados. Reitor opôs-se. Inspeção-Geral da Educação diz que a admissão desses candidatos seria ilegal

Faculdade de Medicina do Porto abriu este ano 37 vagas especiais para licenciados, mas só sete candidatos tiveram a nota mínima para entrar
Lucília Monteiro

O reitor da Universidade do Porto (UP) diz que recebeu pressões de várias pessoas “influentes e com acesso ao poder” para deixar entrar na Faculdade de Medicina 30 candidatos que não tinham obtido a classificação mínima na prova exigida no concurso especial de acesso para licenciados noutras áreas. O tema chegou ao ministro da Educação, que ligou ao reitor António Sousa Pereira a manifestar disponibilidade para que se criassem vagas extraordinárias, de modo a que estes alunos tivessem lugar num dos cursos mais cobiçados do país. “O ministro gostaria que isso fosse feito, mas eu disse-lhe: ‘Eu não o faço. Eu cumpro a lei. Se o senhor ministro entende que deve ser de outra maneira, dê-me a ordem e eu executo-a’”, relata ao Expresso o responsável máximo da UP.