O movimento estudantil do ensino superior, que engloba várias associações académicas espalhadas pelo país, emitiu um comunicado a repudiar a “decisão do Sr. Primeiro-Ministro Indigitado, Dr. Luís Montenegro de não criar um ministério exclusivo para a ciência, tecnologia e ensino superior”. O texto foi publicado, esta quinta-feira, nas redes sociais.
Os estudantes consideram que a opção de “juntar o Ensino Superior a outras áreas da Educação” acaba por demonstrar “um claro desrespeito pela importância e especificidades do Ensino Superior e da importância estratégica da Ciência para o crescimento económico do país”. Para o movimento, a decisão “deixa claro que [o Governo] não reconhece a necessidade de políticas e investimentos específicos para promover a excelência e a valorização desta área”.
As mais de 20 associações que subscreveram o comunicado consideram que a decisão “compromete o futuro”, uma vez que “o Ensino Superior desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do país”. Além disso, os estudantes instam o “Governo a reconsiderar a decisão”.
Individualmente, a Associação Académica da Universidade de Lisboa (AAUL) critica a decisão dirigindo uma carta aberta ao primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro. “Tememos que a fusão destes dois ministérios poderá impactar severamente na capacidade de o Governo proceder às reformas necessárias no nosso Ensino Superior", disseram.
"O Ensino em Portugal atravessa enormes dificuldades. O Governo que em breve irá tomar posse enfrenta perante si enormes desafios. Dizem que os jovens são o futuro, mas o futuro não se constrói sozinho. Por isso, é premente investir num Ensino Superior acessível a todos", realça.
Para a associação académica, "é premente honrar o compromisso anunciado ao longo da campanha eleitoral de dar prioridade a esta área", que preconiza a formação dos jovens com o intuito de alcançarem "o progresso" que tanto almejam.