Exclusivo

Sociedade

2023 foi o ano de todos os (maus) recordes: “A Terra está a emitir um pedido de socorro”, diz António Guterres

O Relatório Global do Estado do Clima 2023, apresentado esta terça-feira, confirma o que a Organização Meteorológica Mundial já tinha anunciado em Janeiro. O ano de 2023 bateu recordes de temperatura, na Terra e no mar, e sucederam-se eventos extremos: das cheias na Líbia aos incêndios no Canadá, com perdas de milhares de vidas e avultados prejuízos. O alerta surge em vésperas de uma reunião cujo objetivo é acelerar a ação internacional para travar a crise climática

O secretário-geral da ONU é um homem de palavras fortes e a mensagem que proferiu na apresentação do Relatório Global do Estado do Clima 2023, esta terça-feira, não fugiu à regra. “A Terra está a emitir um pedido de socorro”, começou por dizer António Guterres, sublinhando que o relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) “mostra um planeta à beira do precipício”.

Os principais indicadores apontam para recordes de temperaturas do ar e do oceano à superfície, assim como de subida do nível do mar e de perda de glaciares, tudo em aceleração devido a “um caos climático fora de série”, segundo Guterres, potenciado pelas emissões de gases de efeito de estufa originadas pela atividade humana, sobretudo associada à poluição por combustíveis fósseis. "As sirenes estão a tocar em todos os principais indicadores: no ano passado, registaram-se recordes de calor, de nível do mar e de temperatura da superfície oceânica. Os glaciares perderam mais gelo do que nunca", frisou o secretário-geral da ONU, reforçando a ideia de que “alguns recordes não estão apenas no topo das tabelas, estão a rebentar com os gráficos, e as mudanças estão a acelerar.”