Justiça

Porto: Homem condenado a 22 anos por matar ex-namorada com caçadeira

O homem foi ainda condenado a pagar uma indemnização de 187 mil euros ao filho de 11 anos da vítima, assim como as despesas do funeral e funeral. “Não sei o que me passou pela cabeça”, disse em tribunal

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O homem que matou a ex-namorada em julho de 2024, com dois tiros de caçadeira na loja onde ela trabalhava, no Porto, foi condenado esta quarta-feira a 22 anos e seis meses de prisão.

Além da pena de prisão, o tribunal determinou ainda o pagamento de 187 mil euros de indemnização ao filho da vítima, de 11 anos, e de 2890 euros à mãe, para cobrir as despesas de funeral e funeral.

Na leitura do acórdão, o presidente do coletivo de juízes do Tribunal de São João Novo, no Porto, classificou o homicídio como “gravíssimo”:

“Não há crime mais grave do que tirar a vida nos termos em que o fez.”

O magistrado recordou a violência do ataque, sublinhando que a vítima, de 48 anos, foi atingida de forma repentina, a apenas três metros de distância, “sem qualquer possibilidade de resistir”.

Após o crime, ocorrido a 8 de julho de 2024, o homem, de 51 anos, colocou-se em fuga, mas acabou por entregar-se à GNR de Estarreja, no distrito de Aveiro.

Durante o julgamento, confessou ter controlado a ex-namorada através de um aparelho GPS instalado no carro dela. Admitiu ainda que disparou a arma de caça do pai, que alegadamente guardava para consertar o gatilho.

“Não sei o que me passou pela cabeça. Matei-a, e sei que não há desculpa para isto”, afirmou em tribunal.

O juiz destacou que a pena teve em conta a confissão parcial, o arrependimento e o comportamento do arguido na prisão.
Pediu-lhe que “reflita e interiorize o mal que fez” durante a reclusão.

Aos familiares da vítima, deixou um apelo:

“Tentem ultrapassar este momento tão trágico e difícil e sejam fortes. O filho precisa do que a mãe já não lhe pode dar.”