Eduardo Castelo Branco soube há uns anos que o nome que herdara do pai é também o de uma cidade portuguesa. Na altura, desconfiou da possível ligação a Portugal, que seria natural sendo ele brasileiro, mas foi só quando chegou a Coimbra para estudar Direito que começou a verdadeira investigação. Em pouco tempo, descobriu ter antepassados judeus que fugiram da Inquisição rumo ao Brasil. O apelido que o deixara na dúvida não era apenas uma coincidência, a história que encontrou contava-lhe uma nova verdade: Eduardo podia ser português, de facto.
Só o sotaque denuncia Eduardo, 23 anos, sentado na esplanada do Cartola, um conhecido ponto de encontro dos estudantes de Coimbra. Veste o traje académico, fala dos edifícios históricos e revela os atalhos que os alunos tomam para evitar a escadaria até às faculdades com a agilidade de quem sempre viveu ali.