O Tribunal Central de Instrução Criminal aceitou a proposta de pagamento da caução de Joe Berardo à Justiça no caso da Caixa Geral de Depósitos (CGD). A informação avançada pelo Sic Notícias foi confirmada ao Expresso por fonte do processo.
A hipoteca dos imóveis do empresário madeirense tem um valor aproximado de 8 milhões de euros. Essa será a garantia dada por Joe Berardo como forma de pagar a caução que havia sido estipulada em 5 milhões de euros pelo juiz Carlos Alexandre.
O empresário foi detido a 29 de junho. E após o primeiro interrogatório judicial perante Carlos Alexandre, ficou indiciado por oito crimes de burla qualificada, branqueamento de capitais, fraude fiscal qualificada, dois crimes de abuso de confiança qualificada e um crime de descaminho.
O seu advogado e arguido André Luiz Gomes, além de estar indiciado pelos mesmos crimes que o empresário, está também por mais quatro crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais, falsificação de documento, falsidade informática, estes referentes às suas sociedades, tendo que prestar uma caução de um milhão de euros, entre outras medidas cautelares.
Berardo está proibido de contactar o seu advogado e qualquer associado ou colaborador do escritório de advogados Luiz Gomes & Associados, bem como de se dirigir à respectiva sede ou instalações. E também não se pode ausentar do território português.
O juiz de instrução considerou também existir perigo de fuga e subtração à ação da justiça e perigo de perturbação do inquérito por parte de Berardo.
André Luiz Gomes está proibido de contactar com qualquer membro da família Berardo (nomeadamente, José Berardo, Carolina Berardo, Cláudia Berardo, Renato Berardo, Jorge Berardo, e respetivos cônjuges e filhos), ou de se dirigir às respetivas casas ou postos de trabalho.
A investigação iniciada em 2016, identificou procedimentos internos em processos de concessão, reestruturação, acompanhamento e recuperação de crédito, contrários às boas práticas bancárias e que podem configurar a prática de crime. A PJ investigou as quatro operações de financiamentos de Berardo com a CGD, no valor de cerca de 439 milhões de euros, tendo o empresário causado um prejuízo de quase mil milhões de euros à CGD, ao NB e ao BCP, "tendo sido identificados atos passiveis de responsabilidade criminal e de dissipação de património".