Orlando vivia de biscates. Em setembro de 1975 fazia alguns trabalhos como soldador, mas também se safava como canalizador. Tinha 23 anos, vivia no último andar de um prédio de três pisos numa rua central do Barreiro, juntamente com os pais, e tinha já um pequeno currículo de problemas com a justiça: em 1970 fora condenado a três meses de cadeia por agressões; e dois anos depois roubou uma espingarda de pressão de ar do interior de um automóvel e durante uma noite inteira divertiu-se a extinguir toda a iluminação pública entre a Quinta da Lomba e o Alto do Paiva, destruindo 15 candeeiros. Nos últimos três anos não somara nada ao cadastro, mas o “Verão Quente” não iria terminar sem Orlando ir parar novamente à prisão.
Exclusivo
Assalto à embaixada de Espanha: quando Portugal devolveu as pratas da casa
Meio século depois do assalto às instalações diplomáticas espanholas não existe uma relação dos bens destruídos e saqueados na noite de 26 de setembro de 1975. Durante 23 anos, cerca de 250 peças ficaram esquecidas numa arrecadação da PJ. O Expresso revela pela primeira vez o que foi devolvido a Espanha