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Perdidos (e achados) em tradução: viagem ao império imperfeito do Japão

O Japão está na moda e, mais do que aderir a uma febre turística, é preciso paciência para entender o que parece não ter tradução. Estivemos em Osaka, que por estes dias recebe uma Exposição Mundial, e encontrámos um padre português a viver no Japão há quase 30 anos, um japonês que toca fado e outras personagens icónicas

A rua estreita está vazia e sossegada. Passam poucos minutos das 11h de uma manhã de quarta-feira. Chove pouco mas insistentemente. As casas, pequeninas e de apenas um andar, têm as portas abertas. Lá dentro, o cenário repete-se: duas mulheres sentadas no chão. Uma, mais velha, a outra, mais jovem, bonita, pouco vestida. Na parede lateral da entrada, um espelho e, nele, os rostos atentos e irritados observam as duas únicas mulheres estrangeiras que por ali se aventuram. Bem-vindos, estamos em Tobita Sinchi (飛田新地), também conhecido como Tobita Yūkaku (飛田遊廓), o maior distrito de prostituição de Osaka.