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Para onde vai Benjamin Netanyahu, o 'Príncipe de Maquiavel' que quer reescrever a história do Médio Oriente para sempre

Ao longo de cerca de quatro décadas de política, Netanyahu não alterou a sua visão do mundo: a confiança não é um conceito relevante para o Médio Oriente, e muito menos para a sua política. Cada vez mais paranoico, acredita que baixar a guarda é morrer

Olivier Douliery-Pool/Getty Images

Sempre um passo à frente dos conspiradores e rivais internos, Benjamin Netanyahu reafirmava o seu lema estratégico, em 2020, após a assinatura do acordo histórico de normalização diplomática com os Emirados Árabes Unidos — o primeiro dos Acordos de Abraão. “A força atrai e a fraqueza repele. No Médio Oriente, os fortes sobrevivem, e com a força faz-se a paz.” Essa convicção, aliando pragmatismo agressivo a uma retórica imponente, fez de Netanyahu uma espécie de Príncipe de Maquiavel. Atingir o objetivo é sagrado mesmo que o caminho seja pejado de imoralidade, o amor e a reverência do público é menos importante do que o medo, e a propaganda contínua garante a sobrevivência pessoal.