A pala que o arquiteto Manuel Aires Mateus (coordenador da equipa) recentemente propôs para dar um “sentido contemporâneo” ao antigo Estádio Nacional, hoje Estádio do Jamor, levanta questões bem interessantes sobre como olhar para a chamada arquitetura monumentalista, característica dos regimes autoritários historicamente afirmados nos anos 1920 a 1950. Conscientes da problemática complexa em causa, os autores do projeto vencedor do concurso para renovar a imagem e as condições do dito Estádio — cujos trabalhos concorrentes estiveram expostos na Cidade do Futebol da Federação Portuguesa de Futebol — referiram a importância de, atualizando embora a imagem do dito conjunto desportivo, não prejudicar ou afetar negativamente a expressão geral epocal e estética daquele recinto desportivo.
Exclusivo
Estádio Nacional: história e polémicas de um pedaço de arquitetura autoritária
A conceção e construção do Estádio Nacional, que se dizia resultar de uma “promessa feita por Salazar aos portugueses”, aconteceu nos anos 1930-40, sob a égide de Duarte Pacheco, com obra em 1939-42 e inauguração a 10 de junho de 1944. A polémica que causou passou pela implantação paisagística e pelo tipo de arquitetura a desenvolver, num contexto programático único