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Depois do terramoto: as “eleições inúteis” que mudaram o sistema em Portugal (análise de Ricardo Costa)

O desastre da esquerda dá uma enorme margem de manobra ao Governo de Luís Montenegro. Dá-lhe tempo, um fator determinante em política, sobretudo depois de choques. E espaço, porque ocupa todo o centro político. O PS foi humilhado, depois de ter escolhido caminhar para o seu Alcácer-Quibir, liderado por um jovem líder encandeado. E André Ventura consolidou uma ascensão espetacular. Mas a verdadeira mudança é o fim do bipartidarismo

Rui Duarte Silva

Como definir uma eleição que antes de o ser era carimbada como inútil ou irrelevante e abanou o sistema partidário? Já sabíamos que batizar por antecipação uma eleição adiantava pouco. São os resultados e os dias que se seguem que a colocam na história, seja num topo de página seja num rodapé seja num parágrafo corrido. Assim, as “eleições” que não iam mudar nada acabaram por mudar muita coisa e poderão ter efeitos sistémicos a prazo que ainda são impossíveis de vislumbrar. Outros já começam a ser muito evidentes.