Mohamed Mdallah está farto de esperar em filas. Fila para comprar farinha. Fila para comprar açúcar. Fila para comprar pão. No dia em que falou com o Expresso ao telefone, tinha passado meia hora para conseguir comprar 200 gramas de café na capital, Tunis. Se tivesse tentado comprar café subsidiado, mais barato, teria esperado toda a tarde.
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Na Tunísia, o autoritarismo regressou em força. Retrato de um país à espera da explosão social
Durante anos foi o único exemplo positivo das revoluções árabes. Hoje, a Tunísia é novamente um regime iliberal. O Presidente, Kaïs Saied, um antigo professor de Direito, foi reeleito em outubro, após prender os seus opositores e manipular as regras eleitorais. Apesar de concentrar cada vez mais poder, o regime tem sido incapaz de resolver os problemas económicos e sociais do país, que continua mergulhado em instabilidade