Na série sueca “Snabba Cash” (“Dinheiro Fácil”), há uma cena em que três gangsters armados até aos dentes e com coletes à prova de bala estão escondidos na sacada de um prédio, enquanto se preparam para entrar na casa de um grupo rival. À frente deles, um miúdo de 15 anos segue sem armas, sem colete, sem cara tapada, responsável por bater à porta e ver quantas pessoas estão lá dentro. Embora não tenha de entrar a matar, é o primeiro a arriscar a pele. A regra, aliás, é sempre essa: o rapaz fica com o trabalho ‘menor’, ainda assim perigoso, e tem de provar que é capaz e que não tem medo. No final, mesmo quando cumpre a tarefa, ninguém o leva a sério. O que o obriga a arriscar ainda mais para provar que pode ser tão gangster como os outros.
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Explosões, ataques à bomba e insegurança: para onde foi a paz social da Suécia?
Facilidade de acesso a armas e crescimento das redes de tráfico de droga têm deixado o país em alerta. Com violência a alastrar, e uma parte da população a culpar os imigrantes, a Suécia tenta ver-se ao espelho e perceber por que razão cada vez mais jovens escolhem viver do crime