O inverno de 2013/14 foi duro para o litoral português. Logo no início de janeiro, entre os dias 5 e 7, a tempestade “Hércules” (que na verdade foi registada como “Christina” em território europeu) atacou o território continental com ventos que atingiram os 134,3 km/h no Cabo da Roca e ondas poderosas — máximo registado de 14,9 metros, em Sines. A contabilização posterior apontou para prejuízos de mais de €21 milhões. Duas semanas depois, a tempestade “Stephanie” repetiu o cenário, com ondulação ainda mais radical, que atingiu o seu pico com uma onda de 17 metros, novamente em Sines. Os impactos destes eventos foram de tal maneira impressionantes em algumas zonas do litoral, que os alarmes soaram ainda com mais intensidade: a costa portuguesa enfrenta sérios problemas de erosão e é preciso investir forte na sua proteção.
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O mar dá, o mar leva: o estado da costa portuguesa em 2024 e o que fazer para salvá-la
A costa portuguesa tem mudado ao longo dos tempos, mas a influência humana está a acelerar os processos de erosão, agravados pela subida do nível dos oceanos. As populações estão habituadas à ideia de que o mar dá e o mar leva. Mas agora as mudanças são drásticas e, em muitos casos, ameaçam comunidades e modos de vida. Entre este ano e o próximo, os projetos de intervenção no litoral estão orçamentados em cerca de 144 milhões de euros. Os especialistas dizem que temos de nos habituar a este nível de investimento, se queremos salvar a nossa costa