Uma tarde, no final de abril, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, entrou num grande carro preto estacionado na garagem do CBS Broadcast Center, na West 57th Street, em Nova Iorque, e sentou-se muito direita no banco de pele. Acabara de gravar um episódio do “The Drew Barrymore Show” — permanecendo magnânima enquanto Barrymore agarrava o seu blazer cor de vinho e lhe implorava para ser a “Momala” (mãe Kamala) do país — e estava a caminho do GM Building para um jantar organizado pelo empresário das áreas de software e investimento Charles Phillips, para que líderes negros do mundo financeiro partilhassem os seus conselhos para a campanha (“Temos uma grande luta pela frente, mas esta é uma luta que podemos ganhar”, assegurou aos que estavam presentes nessa reunião, numa das extremidades de uma sala elegante com vista panorâmica sobre Manhattan). Estas eram visitas estratégicas e uma prova da crescente dependência da Administração Biden em Harris para estabelecer uma ligação com a demografia chave (mulheres dos subúrbios, homens negros) que pode não estar muito contente com a perspetiva de mais quatro anos sob a orientação de um de dois homens brancos velhos.
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