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Entrevista com Delphine Horvilleur, uma das poucas mulheres rabinos do mundo: “A política não cria o ódio, o que faz é abrir-lhe as portas”

É autora best-seller em França e rosto conhecido nos debates sobre judaísmo e o Estado de Israel. Progressista, sionista, feminista e de esquerda, como se define, Delphine Horvilleur diz que o 7 de outubro “acordou todos os fantasmas”. “[A minha família] ensinou-me que não se deve ter demasiada confiança no mundo, porque amanhã o nosso simpático vizinho pode ser o nosso assassino”

AFP via Getty Images

Escreveu seis livros, alguns dos quais — como “Réflexions sur la question antisémite” e “Vivre avec nos morts” (Grasset) — best-sellers traduzidos para várias línguas. Em França tornou-se uma voz ativa e um rosto conhecido nos debates sobre as questões que envolvem o judaísmo e o Estado de Israel. Delphine Horvilleur, uma das poucas mulheres rabinos da Europa, pertence a uma corrente progressista do judaísmo, enquanto codirigente do Movimento Judeu Liberal Francês, que faz parte da União Mundial para o Judaísmo Progressista. Tendo nascido em Nancy, em 1974, estudou Medicina na Universidade Hebraica de Jerusalém, depois Jornalismo em Paris, antes de ingressar no seminário rabínico em Nova Iorque. Porém, não ficou por lá, onde ser mulher e rabino não era uma contradição. Preferiu voltar para exercer esta função no muito mais fechado círculo religioso francês.