Bernard-Henri Lévy está levemente engripado. A voz soa áspera do outro lado da chamada por Zoom. “Bonjour, madame. Français? Anglais?” Talvez a ponta do nariz esteja um pouco vermelha, os olhos um pouco inchados. Não sabemos, porque o famosíssimo escritor, documentarista, repórter de guerra e polemista oficial das letras francesas pede que não utilizemos a modalidade vídeo para a entrevista. Todos temos os nossos dias maus, até o homem conhecido pelos seus fatos de corte impecável e camisas que podiam ter feito parte do guarda-roupa do Drácula de Frank Langella.
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Entrevista a Bernard-Henri Lévy: “A Europa vive uma espécie de tentação para o suicídio”
Depois de mais de 50 anos de atividade literária e cinematográfica, o intelectual francês que mais anticorpos gera no mundo das letras está perto do desespero perante a escalada dos extremismos, que vê (também) como um falhanço pessoal. Mas não está cansado de lutar. Durante uma hora, falou connosco sobre Israel, a Ucrânia e o “desastre” de uma possível vitória de Trump nas eleições de novembro