A cruz de Aurora e Avelino Pedro Pinto, os novos senhores do Norte
Poderiam ser os novos reis do norte, mas há duas décadas que um processo judicial lhes trava o passo. O casal Pedro Pinto encontrou na aquisição de uma obra-prima da pintura portuguesa um caminho para a redenção. E reconhece que um nome limpo vale mais do que o dinheiro
A família Pedro Pinto aposta na corresponsabilização. Da esquerda para a direita: Andreia Ferreira, diretora-geral de marca; António Pedro Pinto, CEO do Happiness Camp; Rita Marques, presidente da Fundação Livraria Lello; Aurora Pedro Pinto, responsável pela livraria Lello; Avelino Pedro Pinto, líder do grupo; Marisa Miranda, diretora de negócio da livraria; Francisca Pedro Pinto, responsável pela gestão da marca do grupo Lionesa; e Rita Amaral, arquiteta
Avelino Pedro Pinto passou quase um terço da vida no inferno. Há três anos sentiu que tinha saído do abismo. “Desliguei”, confessa o empresário que regressou às páginas dos jornais ao adquirir a obra-prima “Descida da Cruz”, de Domingos Sequeira, depois de a pintura novecentista ter saído do país envolta em polémica. No início deste ano, com esta compra e a promessa de a partilhar com a população, o dono da Livraria Lello no Porto e a mulher, Aurora, pareciam ter encontrado a redenção para as acusações de corrupção e peculato que os levaram a tribunal, mas, visto de perto, percebe-se que, por mais que façam, a nódoa custa a sair.