O episódio durou menos de um minuto. No estado da Virgina, o enorme SUV preto aproximou-se do portão da moradia vizinha nas curvas do Potomac, rio a que George Washington chamou “a grande avenida para o país ocidental”. Lá dentro, acompanhadas por seguranças do Governo norte-americano, seguiam duas crianças, um rapaz com cinco anos e uma rapariga com quatro. Do lado de fora, alguns manifestantes, mulheres com filhos ao colo e balões cheios de tinta vermelha nas mãos. De repente, surgiram os gritos: “O seu pai é um assassino de bebés.” No ar, dançavam bandeiras da Palestina e tremiam cartazes com uma foto de Antony Blinken e da mulher, a sorrir, com os filhos, numa praia. E então, os balões com tinta explodiram, sujando tudo com a cor do sangue. Aconteceu há semanas e foi noticiado pelo prestigiado site “Politico”. O conflito insanável entre israelitas e palestinianos, que atingiu o pico com os atentados terroristas do Hamas de 7 de outubro, chegou ao quintal de Tony, o homem com a missão impossível de estancar a guerra na terra deste descendente de Judah.
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Antony Blinken: retrato do homem do fim do mundo
Punhos de ferro sob luvas de renda. O sorriso tímido de Antony Blinken esconde o histórico de um intervencionista militar. Síria, Líbia e Iémen precedem-no. Ucrânia e Gaza ameaçam o seu legado. O perfil do secretário de Estado de Joe Biden, a quem cabe construir alianças internacionais para defender a segurança interna dos norte-americanos