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Os planos de Franco para invadir Portugal

Durante séculos, o “perigo castelhano” foi uma constante, com as intermináveis guerras de fronteira a frustrarem os planos de Castela sobre Portugal; quimeras de uma União Ibérica idealizada em Espanha como solução de grandeza. Franco também a sonhou, chegando a planear a invasão de Portugal, mas a derrota do III Reich obrigou-o a despertar para a realidade

O avanço da Alemanha a leste foi acolhido com entusiasmo em Espanha e nasceu uma divisão de voluntários, a Divisão Azul, cujos soldados, nas estepes da Rússia, cantavam versos como: “Só esperamos a ordem/ que nos dê o nosso general/ para apagar a fronteira/ de Espanha com Portugal”
Biblioteca Virtual de Defensa/Património Cultural da Defensa

O sonho de unir a Península Ibérica sob uma única coroa é tão antigo como a sua história. Tentado por romanos, visigodos e mouros, revelou-se tão sedutor como impraticável, mas conseguiu perdurar ao longo do tempo. Fiéis à sua fama, os povos ibéricos resistiram ferozmente a todas as formas de domínio exterior, numa tradição que popularizou heróis como Viriato, o chefe lusitano que se revelou o terror das legiões romanas, e Pelágio, o nobre visigodo que travou a expansão do Al-Andalus. No século XII a ideia parecia cada vez mais longínqua, com a Reconquista a desmantelar o Califado Almóada e a península transformada num retalho de reinos e principados. Foi nessa época conturbada que um jovem nobre venceu a sua mãe na Batalha de São Mamede e assumiu o poder do Condado Portucalense, com o título de D. Afonso Henriques.