Na porta lateral do auditório principal da última edição do Madrid Fusión, realizada no final de janeiro no espaço de 25 mil metros quadrados do IFEMA, havia pelo menos 50 pessoas a protestar com o rapaz à porta que não as deixava entrar: “Já atingimos a capacidade máxima total, não há mais nenhuma cadeira livre”, explicava o jovem. Dentro da sala a abarrotar, o público formado por cozinheiros, jornalistas e profissionais da restauração esperava a entrada daquele que era talvez o mais aguardado dos 220 conferencistas do evento. Quando ele entrou, todo vestido de preto, com ténis Puma nos pés e a sua famosa crista loira a cobrir a cabeça, a sala irrompeu em aplausos e gritinhos. Dabiz Muñoz, no entanto, não vinha para cozinhar, como todos os seus outros colegas que estiveram no palco. “Não deu tempo de preparar nada para apresentar hoje”, desculpou-se. “Estamos a mil com a inauguração do StreetXO no Dubai.”
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"É impossível decidir quem é o melhor chefe do mundo", garante Dabiz Muñoz, eleito três vezes o melhor chefe do mundo
Eleito nos últimos três anos o melhor chefe do planeta, o cozinheiro espanhol Dabiz Muñoz ganha reconhecimento, junta filas à porta dos seus projetos criativos e prepara-se para dominar o mundo. É um rebelde que coleciona os mais importantes galardões da gastronomia atual, mas diz que já aprendeu a relativizar a fama. Agora, procura uma vida mais equilibrada, depois de ter passado por uma “relação tóxica” com os seus restaurantes. E garante que tem muito para conquistar: “O melhor ainda está por vir”