O presidente do Chega, André Ventura, anunciou hoje para o "governo-sombra" do partido o antigo ministro Rui Gomes da Silva com a pasta da Justiça e o professor Rui Teixeira Santos com a Economia e Finanças.
Em Évora, à entrada para a abertura da Academia da Juventude do Chega, André Ventura revelou ainda que o eurodeputado Tiago Moreira de Sá ficará com os Negócios Estrangeiros, enquanto o deputado Nuno Simões de Melo terá a seu cargo a Defesa.
Já Miguel Corte-Real, candidato do partido à Câmara do Porto nas eleições autárquicas de 12 de outubro, vai trabalhar na área da Reforma do Estado do "governo-sombra", adiantou André Ventura, prometendo divulgar todos os nomes nos próximos dias.
Estes nomes juntam-se aos anunciados por André Ventura, em entrevista ao canal Now, na quinta-feira à noite, nomeadamente a professora universitária Teresa Nogueira Pinto, responsável pela pasta da Cultura e Áreas Conexas, o antigo bastonário da Ordem dos Veterinários Jorge Cid, que terá a área da Agricultura.
Na quinta-feira à noite, o presidente do Chega anunciou ainda que o médico Horácio Costa será "ministro" da Saúde, Fernando Silva, membro da Comissão Nacional de Eleições, assumirá a Administração Interna e o professor universitário Alexandre Franco de Sá será responsável pela pasta do Ensino.
"O Chega conseguiu definir um elenco de grande relevo, de pessoas independentes, com presença na sociedade civil e com um currículo também forte para assumirem um desafio que é inédito em Portugal, que é de criar um governo-sombra, que faça sombra e escrutínio ao atual Governo", afirmou André Ventura.
Referindo-se a Rui Teixeira Santos, professor no Instituto Superior de Gestão (ISEG), o líder do Chega salientou que "tem trabalho feito na área da economia, das finanças e também no combate à corrupção" e possui "conhecimento e prestígio, em termos de currículo, inegável".
Já sobre Rui Gomes da Silva, o dirigente político lembrou que "foi, de facto, ministro de um governo do PSD" e "desde sempre" militante social-democrata e mostrou-se orgulhoso por poder contar com o seu contributo no "governo-sombra".
"Vamos ter rapidamente uma estratégia anticorrupção para implementar e vamos escrutinar o Governo em todas as áreas, também relacionadas com a corrupção, e apresentar propostas", notou.
Segundo André Ventura, muitos elementos deste "governo-sombra" são independentes e não têm ligação ao Chega, havendo até alguns que já o criticaram ou ao partido.
"Queria mostrar ao país que é possível ter um Governo de pessoas com qualidade, que se disponibilizam a fazer este trabalho com independência e a aportar também esta ideia de que se pode ser ministro, competente e não ser uma pessoa ligada diretamente ao aparelho partidário", frisou.
Questionado sobre se o "governo-sombra" é melhor que o liderado por Luís Montenegro, o presidente do Chega foi perentório: "Só faz sentido o líder da oposição apresentar um governo-sombra se for porque acredita que é muito melhor do que o Governo que temos".
André Ventura admitiu que, para a constituição deste "governo-sombra", alguns que foram convidados não aceitaram e outros voluntariaram-se e ficaram de fora por opção do partido.
De acordo com o líder do Chega, o partido vai realizar um evento, nos próximos dias, para apresentar todo o elenco do "governo-sombra".
Em 20 de maio, dois dias depois das últimas eleições legislativas, o líder do Chega anunciou, no final de uma audiência com o Presidente da República, que iria apresentar "um governo alternativo".
No dia seguinte, em entrevista à SIC, indicou que se trataria de um "governo-sombra" constituído por "uma grande parte" de nomes de fora do partido e referiu que o objetivo seria ter uma equipa pronta para governar o país, quando e se for necessário.