Spinumviva

Ventura desafia Montenegro a esclarecer suspeitas em torno da Spinumviva

“Durante a campanha eleitoral, o primeiro-ministro não fez um grande esforço de explicação. Era importante, pelo menos agora, que não deixasse novamente o ambiente político contagiar-se com este caso e deixar arrastar todo o Governo nesta situação”, disse o líder do Chega

José Fonseca Fernandes

O presidente do Chega, André Ventura, desafiou hoje o primeiro-ministro, Luís Montenegro, a esclarecer as suspeitas em torno da empresa familiar Spinumviva para evitar que o caso contagie o ambiente político e arraste o Governo.

"Durante a campanha eleitoral, o primeiro-ministro não fez um grande esforço de explicação. Era importante, pelo menos agora, que não deixasse novamente o ambiente político contagiar-se com este caso e deixar arrastar todo o Governo nesta situação", disse.

Ventura respondia a perguntas dos jornalistas sobre o pedido de mais documentação a Montenegro por parte do Ministério Público (MP) para poder finalizar a averiguação preventiva sobre os negócios da sua empresa familiar Spinumviva.

Falando à entrada para a abertura da Academia da Juventude do partido, em Évora, o líder do Chega lembrou que o primeiro-ministro vai ao Parlamento na quarta-feira, sugerindo que "talvez possa ou queira dar algum esclarecimento".

"É importante que o país seja esclarecido sobre que tipo de investigação decorre e qual o seu desfecho", realçou, salientando que, tratando-se do primeiro-ministro, os portugueses "devem saber com o que contam e que tipo de suspeitas há".

Assinalando que este pedido de documentação "é natural numa investigação", André Ventura considerou que era importante que o país tivesse "rapidamente um desfecho desta averiguação preventiva" e que as suspeitas pudessem ser esclarecidas.

Esta manhã, no Porto, o primeiro-ministro disse que o pedido do MP de mais documentos sobre a Spinumviva "não é nada de mais" e que vai enviá-los "o mais rápido possível".

Luís Montenegro recusou, contudo, especificar quais os documentos que foram solicitados.

O MP pediu mais documentação ao primeiro-ministro para poder finalizar a averiguação preventiva sobre os negócios da sua empresa familiar Spinumviva, disse o Procurador-geral da República (PGR) ao jornal “Nascer do Sol”.

A polémica com a empresa Spinumviva surgiu com notícias do “Correio da Manhã” que indicavam que a empresa familiar do primeiro-ministro se dedicava, entre outras atividades, à compra e venda de imóveis.

Na sequência das notícias desse ramo de atividade da Spinumviva abriu-se a discussão sobre a eventual atividade profissional do primeiro-ministro em paralelo ao exercício de funções governativas e sobre a identidade dos clientes da empresa e possíveis conflitos de interesse.

Na sequência de três queixas recebidas pela Procuradoria-Geral da República, foi aberta pelo MP uma averiguação preventiva à empresa familiar do primeiro-ministro, com o objetivo de determinar se existem indícios que justifiquem a abertura de inquérito criminal.