Política

Afinal são 19 as freguesias na Grande Lisboa que vão continuar em estado de calamidade

Freguesias da Amadora, Odivelas, Sintra e Lisboa terão reforço da fiscalização e do controlo para combater surtos. Lumiar e Marvila têm número de casos alto, mas não entram nesta lista

ANTÓNIO COTRIM/LUSA

O primeiro-ministro tinha falado em quinze, mas afinal são dezanove as freguesias da zona da Grande Lisboa que vão continuar em estado de calamidade, ficando sujeitas a maior controlo que o resto da região.

Em declarações transmitidas pela TVI24, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, detalhou a lista de freguesias abrangidas por esta decisão. São elas: todas as que compõem os concelhos da Amadora (Alfragide, Mina de Água, Encosta do Sol, Falagueira - Venda Nova, Águas Livres e Venteira) e de Odivelas (Odivelas, União das Freguesias de Pontinha e Famões, União das Freguesias de Póvoa de Santo Adrião e Olival Basto, União das Freguesias de Ramada e Caneças); seis das freguesias de Sintra (Agualva/Mira Sintra, Algueirão/Mem Martins, Cacém/S. Marcos, Massamá/Monte Abraão, Queluz/Belas e Rio de Mouro); duas de Loures (União das Freguesias de Camarate, Unhos e Apelação); e uma em Lisboa (Santa Clara).

O critério, explicou Cabrita, passou por abranger os concelhos de Amadora e Odivelas por inteiro por serem dois dos que têm "áreas mais pequenas" e os autarcas, ouvidos esta segunda-feira pelo Governo, terem entendido que seria preferível aplicar a medida a todas as freguesias destes municípios.

O que acontece nestes casos é que continuará a valer o estado de calamidade em que, neste momento, todo o país se encontra, mesmo depois do Conselho de Ministros de quinta-feira reavaliar a medida. Ou seja, nestas freguesias em concreto haverá um reforço da monitorização dos infetados, com um acompanhamento de maior proximidade por parte dos serviços de saúde pública e ação social e das próprias autoridades policiais, para garantir que os doentes e as pessoas que com eles contactam cumprem o isolamento em casa, de forma a evitar o alastramento do contágio comunitário.

Quanto às medidas anunciadas esta segunda-feira pelo Governo, elas valem tanto para estas freguesias como para o resto da área metropolitana de Lisboa. Em toda essa zona serão proibidos os ajuntamentos de mais de 10 pessoas (no resto do país, o limite é de 20) e os estabelecimentos que não sirvam jantares serão obrigados a encerrar às 20h.

Lumiar e Marvila com números altos

No caso do concelho de Lisboa, chegou a equacionar-se integrar igualmente as freguesias do Lumiar e de Marvila, mas estas acabaram por ficar de fora da lista de freguesias que vão manter-se em estado de calamidade, uma vez que os casos naqueles locais estão confinados, não havendo risco de contágio comunitário.

"A incidência que temos tem a ver com o Lar dos Inválidos do Comércio, que tem 300 utentes e onde existem casos positivos. Mas é um surto que está localizado e confinado e que nada tem a ver com a freguesia em si, pelo que o Lumiar acabou por não ser incluído na lista", explicou ao Expresso o presidente da Junta, Pedro Delgado Alves.