O candidato presidencial Luís Marques Mendes considera que o diretor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto deve "meter a mão na consciência" quanto à polémica no processo de admissão de estudantes, desresponsabilizando ministro e reitor.
"O ministro [da Educação] não cometeu nenhuma falha e o reitor também não cometeu nenhuma falha. E, portanto, acho que nem o ministro tem que sair, nem o reitor tem que sair. O diretor da Faculdade de Medicina cometeu uma falha grande, desde logo esta: comunicou aos estudantes que iam ser admitidos quando a lista não estava validada ou homologada pelo reitor", sustentou Luís Marques Mendes.
O candidato a Belém falava aos jornalistas depois de ter visitado a Associação Luiz Pereira Motta, em Loures, altura em que foi questionado sobre a polémica em torno das declarações do reitor da Universidade do Porto, que afirmou ao Expresso ter recebido pressões de várias "pessoas influentes", sem adiantar nomes, para deixar entrar na Faculdade de Medicina 30 candidatos que não tinham obtido a classificação mínima exigida no concurso especial de acesso ao Mestrado Integrado em Medicina.
Depois de na sexta-feira ter acusado o reitor António Sousa Pereira de mentir, o ministro Fernando Alexandre considerou hoje que o assunto "está encerrado", ressalvando que, "face ao que aconteceu, perante irregularidades têm de existir consequências dentro da instituição" e que, se o reitor da Universidade do Porto apresentar a sua demissão, a aceitará.
Na ótica de Luís Marques Mendes, é o diretor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Altamiro da Costa Pereira, que deve "meter a mão na consciência". "É uma falha e criou expectativas e prejudicou a vida dos estudantes e agora quem é que vai resolver esta situação? O diretor tem que meter a mão na consciência e decidir o que fazer", considerou.
O antigo líder do PSD insistiu que, na sua opinião, tanto o ministro como o reitor "não fizeram nada de errado". "Talvez tenha havido uma falha, é o que parece, dos dados conhecidos, do diretor da Faculdade de Medicina, que criou em vários estudantes a expectativa de que iam entrar, quando o reitor ainda não tinha tomado a decisão que só ele podia tomar", sublinhou.
Os candidatos ao concurso especial de acesso ao Mestrado Integrado em Medicina da Universidade do Porto (U.Porto) confessaram-se lesados pela Universidade Porto, referindo que mudaram de cidade, abandonaram empregos de anos, investiram em imóveis e desistiram de mestrados.
O caso levou PSD, PS, IL, Livre e BE a requererem audições no parlamento sobre este caso e o Chega afirmou que iria solicitar esclarecimentos ao ministro.