Liberdade para Pensar

2009: quando a Pop ficou sem Rei (mas não sem rock)

Em 2009 os portugueses foram a votos nas europeias, nas legislativas e nas autárquicas. O PS manteve-se no Governo mas sem maioria absoluta. A recessão, provocada pela crise do subprime e pela falência do Lehman Brothers, em setembro do ano anterior, começava a fazer-se notar no país. Mas neste episódio vamos fixar o debate no impacto que teve a inesperada morte de Michael Jackson, a 25 de junho de 2009, numa conversa com Nuno Braancamp, da promotora Ritmos e Blues (responsável pela única vez em que o Rei da Pop atuou em Portugal, em 1992) e Miguel Cadete, diretor da Blitz

João Carlos Santos

Em 2009 os portugueses foram a votos nas europeias, nas legislativas e nas autárquicas. O PS manteve-se no Governo mas sem maioria absoluta. A recessão, provocada pela crise do subprime e pela falência do Lehman Brothers, em setembro do ano anterior, começava a fazer-se notar no país. Vivia-se pois o princípio do fim do socratismo e esse seria um bom tema para este episódio mas Cristina Figueiredo preferiu divergir da política e fixar-se no impacto que teve a inesperada morte, a 25 de junho, de Michael Jackson, numa conversa com Nuno Braancamp, da promotora Ritmos e Blues (responsável pela única vez em que o Rei da Pop atuou em Portugal, em 1992) e Miguel Cadete, diretor da Blitz e diretor-adjunto do Expresso.

João Carlos Santos

Sócrates foi sujeito de muitas manchetes do Expresso neste ano. Sobretudo à conta do processo Freeport, em que se suspeitava que tivesse sido corrompido para permitir a construção do centro comercial em plena zona de proteção especial do Tejo. Mas também devido ao processo Face Oculta (investigação de uma teia de corrupção e tráfico de influências que, anos mais tarde, levaria à condenação e prisão efetiva de Armando Vara, grande amigo e companheiro político de Sócrates).

Também nesse ano o então ministro da Economia Manuel Pinho, hoje em prisão domiciliária no âmbito do processo EDP, se demite do Governo. A razão imediata? No calor de um debate parlamentar o líder parlamentar responde ao deputado comunista Bernardino Soares com… uns corninhos na testa… Um momento surreal da política portuguesa a fazer esquecer, uma semana depois, a consternação sentida, também por cá, com a morte do cantor norte-americano de 50 anos Michael Jackson.

2009 foi ainda (sem o sabermos) uma espécie de ensaio geral para a pandemia da covid, onze anos depois: a gripe A “provoca guerra entre Governo e patrões”, intitula-se na primeira página do Expresso a 12 de julho - que noticia ainda que os responsáveis da saúde aconselham o teletrabalho e a vacina contra a pandemia começa a ser vendida nas farmácias.
Então como agora, faziam-se contas à crise: “é o pior verão de sempre”, garantiam os operadores turísticos em agosto perante “o Algarve mais vazio dos últimos 30 anos”. Uma derrocada na falésia da praia Maria Luísa, em Albufeira, que provocou a morte de cinco pessoas, não ajudou.

Em dezembro, Barack Obama (que tinha tomado posse em janeiro como o 44º Presidente dos EUA em janeiro) foi escolhido para Prémio Nobel da Paz.


Mário Henriques