Mais um texto sobre porno? Como assim, mais um? Há excesso de reflexão? Há um Platão numa caverna a filosofar sobre o fenómeno MILF, BBW e TS? Só num dos agregadores, o PornHub, há 92 milhões de visitantes diários, 962 visitantes por segundo a “investigar” o equivalente a 115 anos de seres a fornicar no nosso smartphone, em curtos vídeos carregados em 2018. Qualquer coisa como um milhão de horas. Se começasse a ver todos de seguida neste momento, veria porno ininterruptamente até 2134. E desconfia-se que muitos dos “outros” que andam a ver porno possam ser alguns de “nós”. Eis o que tenho constatado. Ali para 2010 houve uma certa complacência glamorosa para a coisa e uns ares de porno-chic na sociedade, agora aceitou-se que é aquela cena que “alguém” anda a “consumir” expondo-se ao perigo, pois excesso faz mal ao cérebro, vicia e destrói matrimónios porque o homem, na sua fraqueza, fica agarradito e à noite vai ver porno em vez de cumprir os seus deveres jurados perante Deus nos votos de casamento, que não contemplavam ser um onanista compulsivo. Ora, quem tenha um pouco de paciência para fazer um pouco de googlação poderá facilmente descobrir que, após anos de investigação, a Ciência descartou a ideia de “adição ao porno”. É uma ideia criada pela indústria que “combate os vícios” em clínicas e leva um pipa de massa a estrelas de Hollywood. Uma indústria onde a religião está normalmente presente. É negócio. Não é ciência. Vão ler. Investiguem. Não é patologia que se veja em ressonâncias magnéticas ao cérebro.
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