Independentemente do futuro próximo, há uma necessidade imperiosa de valorizar a responsabilidade e seriedade, reforçar o compromisso com os polícias, olhar para a realidade com pragmatismo e agir com independência, humildade e genuinidade.
Seria importante o atual governo avançar o mais breve possível com o firmado no acordo, implementar o acelerador de índices, conjugando-o com a mudança de índice por avaliação de serviço e proceder à alteração da norma, dos três para dois anos para mudança de índice remuneratório, após os pontos adquiridos, conforme proposta entregue pela ASPP/PSP.
Em suma, repor a justiça.
Não esquecer ainda algumas matérias mais pontuais que carecem de tratamento, tais como, a questão da gestão interna da PSP, a dignificação dos serviços prestados pela polícia e as condições estruturais de trabalho.
Creio que reunidas estas condições, teremos estabilidade para a discussão da tabela remuneratória e suplementos, numa base de seriedade, responsabilidade, necessidade e compromisso.
Afinal é este, e sempre foi, o mote da nossa luta sócio profissional, a valorização das remunerações na PSP, que são baixas, continuam a ser baixas, realidade que todos reconhecem.
Não sabemos como cada um destes processos vai terminar, mas sabemos o que iremos defender, e sabemos ainda que a melhoria da nossa tabela remuneratória terá também impacto noutras variáveis remuneratórias e na saúde da instituição, e por consequência no serviço prestado.
A questão da pré-aposentação terá de continuar a ser colocada como pertinente, porque a cada dia que passa, mais impactos negativos tem junto dos polícias e no funcionamento da PSP.
É determinante cumprir a Lei, cumprir o acordado com os Polícias, respeitar aqueles que deram anos de vida à Instituição e ao País e prometeram aos seus netos, poder brincar com eles.
Já não está em causa apenas a defesa sócio profissional, está em causa a preservação de uma instituição centenária que aumenta valências, confronta-se com uma realidade muito mais complexa, exigente e arriscada e que em muitos casos assenta a sua "laboração" em corte de direitos e normalização da exceção, levando à exaustão, burnout, desmotivação, fuga e abandono para outros projetos profissionais.
A Ministra da Administração Interna sabe-o, o governo terá de o saber, porque o recurso ao investimento nas forças de segurança é imperioso nos próximos meses, caso tal não aconteça, algo vai correr mal, para não afirmar que isso já se coloca...
A ASPP/PSP, enquanto sindicato representativo, histórico e responsável continuará a sua intervenção da forma que sempre fez, na defesa dos polícias e da PSP, da segurança pública de qualidade para as populações, no compromisso e transparência assumidos perante os seus associados e polícias, na proposta e no protesto, na construção de caminhos, no contributo pela melhoria das condições de vida dos profissionais, para que se possa desempenhar uma missão nobre que é a preservação da paz e tranquilidade públicas dos nossos concidadãos.