Aproximamo-nos a passos largos do dia 9 de junho, dia em que somos chamados a eleger os nossos representantes nas eleições europeias, pelo que é fundamental refletir sobre a importância destas para o futuro de todos os cidadãos europeus. O Parlamento Europeu desempenha um papel central na formulação de políticas que afetam as sociedades como um todo. Entre essas políticas, destaca-se a questão incontornável da saúde pública.
Ao longo de décadas têm-nos dito que a saúde é um direito fundamental de todos os cidadãos europeus e que a sua proteção e promoção devem ser prioridades inegociáveis para os líderes que elegemos para nos representar. Contudo, esta proteção na saúde não pode ser dada como garantida automaticamente. É essencial que os nossos representantes se empenhem em políticas proativas e uma comunicação eficaz para informar, educar e envolver os cidadãos.
Os eventos pelos quais temos passado nos últimos anos, como a pandemia, têm revelado o papel fundamental da comunicação em saúde. Foi através desta mesma comunicação, umas vezes mais bem estruturada do que outras, e com muitas incertezas associadas a um vírus desconhecido, que foi possível transmitir informação sobre medidas de proteção, atualizações sobre vacinação, entre outras informações relevantes. Ou seja, nunca uma comunicação clara e precisa foi tão importante na gestão de uma crise em saúde e na mitigação dos seus efeitos tão dramáticos, como nesta altura.
Desta forma, o papel do Parlamento Europeu é duplamente crucial. Em primeiro lugar, é fundamental que desenvolva políticas que fortaleçam os sistemas de saúde de todos os Estados membros, garantindo acesso equitativo a serviços de saúde de qualidade e promovendo a investigação e a inovação no campo clínico. Em segundo lugar, há que comunicar essas mesmas políticas de forma acessível e compreensível a todos os cidadãos europeus. Só assim é possível haver pessoas informadas e capazes de tomarem as melhores decisões sobre a sua saúde.
Sabemos que a comunicação em saúde é muito mais do que transmitir informação. A comunicação em saúde é construir pontes de confiança entre governantes e governados, é dotar as pessoas de informação e envolvê-las nas decisões que afetam a sua própria saúde e bem-estar, para que possam apoiar as políticas e cooperar de forma ativa na concretização dessas mesmas políticas.
Ao elegermos os nossos representantes para o Parlamento Europeu devemos considerar quais as ideias apresentadas e a capacidade dos candidatos de influenciarem outros deputados para políticas de saúde que promovam reformas importantes nos sistemas de saúde, onde a comunicação e a literacia devem ser os pilares que sustentam toda a estrutura a bem dos cidadãos.
É importantíssimo que saibamos escolher líderes que reconheçam a relevância da saúde como uma questão primordial da agenda política europeia e que estejam comprometidos em assegurar que todos os cidadãos tenham acesso a cuidados de saúde de qualidade, bem como a informações precisas e confiáveis para proteger a sua saúde e a das suas comunidades.
Nestas eleições europeias votemos com consciência coletiva, a fim de protegermos a saúde e o bem-estar de todos os cidadãos europeus, elegendo representantes que nos ajudem a construir um futuro mais saudável e próspero em toda a Europa.