O Papa Francisco apelou esta segunda-feira aos coreanos, do norte e do sul, que encontrem novas formas de promover a paz na península asiática dividida pela guerra. O pedido foi feito durante uma homilia na missa de reconciliação na principal catedral de Seul, que contou com a presença da Presidente sul-coreana, Park Geun-hye, e de alguns cidadãos norte-coreanos desertores.
Os coreanos devem rejeitar a "mentalidade de desconfiança e confronto" que perturba as sua relações, disse o Papa, convidando-os a unir-se "numa só família, num só povo".
"Rezemos, então, pelo surgimento de novas oportunidades de diálogo, encontro e de resolução das diferenças", afirmou Francisco, que, durante toda a sua estadia na Coreia do Sul, apelou ao diálogo e à paz na região.
Esta celebração foi a última da viagem de cinco dias do Papa à Coreia do Sul. A missa contou com cerca de mil pessoas, incluindo 700 membros e funcionários das 16 dioceses do país asiático.
Esta é uma região em que os católicos estão em forte crescimento. A viagem à Coreia do Sul foi a primeira em 15 anos que um líder da Igreja Católica realizou ao continente asiático.
Escravas sexuais da II Guerra Mundial presentes na celebração
Esta segunda-feira foi também marcada pelo encontro do Papa com uma de sete antigas escravas sexuais na II Guerra Mundial que assistiram à última missa de Francisco em Seul. O representante máximo da Igreja Católica segurou a mão de Kim Bok-dong, de 89 anos, uma das milhares de mulheres que foram vítimas de escravidão sexual no Japão durante o conflito.
Kim Bok-dong ofereceu a Francisco um pin em forma de borboleta, que simboliza as meninas e adolescentes que o império japonês recrutou como escravas sexuais, também chamadas como "mulheres de conforto". O pin, oferecido pela ativista defensora dos direitos destas mulheres, permaneceu na lapela do Papa durante toda a celebração da missa.