O que seria potencialmente um encontro entre Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin — o primeiro desde 2019 — desfez-se em cinzas e confusão: o Presidente ucraniano chegou a Ancara, na Turquia, acompanhado pela sua delegação diplomática, mas, do outro lado, encontra-se um grupo composto por vice-ministros e um conselheiro presidencial do Presidente russo, Vladimir Medinsky, em vez do próprio. O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, tampouco esteve presente.
“É claro que os russos não levaram a sua melhor equipa, e não é surpresa que Putin não esteja presente nas conversações de paz, mas a ausência de Lavrov sublinha o facto de a Rússia não ir à Turquia para negociar um verdadeiro acordo de paz; em vez disso, estão a ganhar tempo”, diz John Helin, investigador do grupo finlandês de análise de defesa Black Bird.
À partida, tudo teria ficado igual: muitos analistas mostraram ceticismo quanto à possibilidade de os presidentes da Ucrânia e da Rússia se encontrarem em Istambul. A demora do Kremlin em responder criou expectativas, porém. E, quando há desilusões, o esquema diplomático é abalado — isto é, não fica tudo na mesma. Sabendo que Putin não se incluía na comitiva russa, Donald Trump também resolveu falhar aquela reunião.